Mesmo se tratando de uma doença que tem cura e pode ser prevenida, inúmeros casos de sífilis são registrados diariamente em todo país. Na Bahia, de acordo com dados da Secretária de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), de janeiro até setembro deste ano, foram registrados 5.345 casos da doença, com cinco óbitos. Desse total, 795 casos congênitos, 1.222 em gestantes, 1. 510 em homens e 1.818 em mulheres. Em 2016, foram diagnosticados 10.872 casos da doença em todo o estado, com 13 mortes.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ocorram, a cada ano, 12 milhões de novos casos de sífilis. Em todo o mundo, a doença na gestação é responsável por 29% de óbitos perinatal, 11% de óbitos neonatais e 26% de natimortos.
A sífilis é uma doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode também ser transmitida verticalmente, da mãe para o feto, por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado.
A patologia pode se manifestar de quatro formas diferentes: primária, secundária, terciária e na forma congênita, que ocorre quando uma mulher grávida tem sífilis e não realiza o tratamento, passando a doença para o bebê. Se não for tratada precocemente, pode comprometer vários órgãos, como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso. O período de incubação, em média, é de três semanas, mas pode variar de 10 a 90 dias.
A doença tem cura e pode ser facilmente tratada com injeções de penicilina por três semanas, mas seu tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, para evitar complicações graves.
O médico ginecologista e obstetra Roberto Fontes, que trabalha no Hospital João Batista Caribé, explica que existe atualmente uma epidemia da doença no país. Segundo o especialista, o modo mais eficaz de prevenção é ter relação sexual sempre utilizando preservativo. Além de prevenir contra a doença, a camisinha auxilia na prevenção de todas as outras doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a AIDS e a gravidez indesejada.
Ele ressalta também a importância de conscientizar os jovens em início da vida sexual para a importância de usar o preservativo. “O diálogo é importante para esclarecer todas as dúvidas, já que a sífilis é uma doença extremamente contagiosa que pode agravar a saúde do infectado”.
O ginecologista acrescenta ainda que, nas mulheres, a falta de um pré-natal tem contribuído muito para o surgimento de novos casos e óbitos dos bebês. Outra questão é que segundo ele, muitas vezes a mulher contaminada faz o tratamento, sendo que o parceiro não procura um médico para cuidar da saúde. “Não adianta a mulher se cuidar e o homem ignorar a prevenção. É preciso que os dois busquem tratamento. A rede pública oferece o teste rápido. Diagnosticada logo ela tem cura”, pontua.
Ainda de acordo com Fontes, com base em sua experiência diária, a doença tem atingido crianças na faixa etária de 10 e 14 anos e pessoas acima dos 40.
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