No dia em se celebra a Eucaristia, um dos sacramentos da igreja católica que representa a transformação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Jesus, a celebração de Corpus Christi na cidade foi marcada por procissões, missas e pelo colorido dos tradicionais tapetes de serragem e areia confeccionados pelos fiéis.
Apesar da Polícia Militar não ter números de quantas pessoas participaram das comemorações, no período da manhã, inúmeros fiéis acompanharam a missa campal presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger em frente à igreja São Pedro dos Clérigos, no Centro Histórico. Logo em seguida os devotos saíram em procissão com o Santíssimo Sacramento que passou pelas praças da Sé e Castro Alves, Rua Carlos Gomes até o Campo Grande.
“Hoje nós lembramos o que aconteceu na última ceia e depois a permanência de Jesus no sacrário. É hora de cada um de nos voltarmos em nossas vidas e tomarmos conhecimento dos momentos em que a graça de Deus foi tão generosa. Hoje, portanto, é a Festa da Unidade. Por isso nós estamos mais unidos pela Eucaristia, por Jesus”, disse Dom Murilo em sua homilia.
Com origem no século 13, a festa católica ocorre cerca de 60 dias depois da Páscoa, sempre em uma quinta-feira, em alusão a última ceia de Cristo antes de ser preso e crucificado na Sexta-Feira da Paixão. “Ele se faz pão, alimento em vista da vida eterna. A comunhão é para nos unirmos a Cristo. Ele está em nós. Cristo vem demonstrar o amor por nossa cidade. Eu sempre lembro que Cristo tem um carinho por nossa cidade porque tem o seu nome”, acrescenta.
Desde criança, a secretária Karina Monteiro, de 41 anos, acompanha a procissão. Fé que compartilha também com o filho Pedro, de 6 anos, assim como sua mãe e sua avó fizeram com ela. “Minha família sempre foi muito católica. Para nós, a procissão de Corpus Christi é importante porque acreditamos que ali é o corpo, a alma e a divindade de Jesus presente. É uma renovação de fé, um agradecimento pela nossa salvação. Desde bebê trago Pedro e ele gosta tanto, que me pede todos os anos para levar a Eucaristia”.
Tradição
Feitos de serragem, areia, flores, sal grosso, pó de café, tampinhas e outros materiais, os tapetes de Corpus Christi abrem o caminho para a adoração e demonstração de fé diante da Eucaristia. Como manda a tradição, fiéis de diversas paroquias da cidade se reuniram desde cedo para construir as peças que trazem representações de cenas bíblicas, símbolos católicos e também outros temas.
Na paróquia Santo Amaro de Ipitanga, em Lauro de Freitas, cerca de 60 fiéis construíram um tapete de 50 metros na praça onde fica a Igreja Matriz. Entre os desenhos, a figura do Jesus Misericordioso, do pão e do cálice também dividiam espaço com os símbolos do Facebook, Instagram e Whatsapp.
“Os tapetes foram divididos em Pastorais e a Pastoral da Comunicação utilizou as redes sociais para expressar o tema assim como a Pastoral do Dízimo representou Jesus Misericordioso em seu tapete”, explica a educadora responsável pela organização da ação na paróquia, Marta Lima.
Para ela, o significado da confecção dos tapetes de Corpus Christi é de união. “Comecei a fazer tapetes quando tinha oito anos. Para mim é importante estar servindo a igreja, resgatando as tradições, reunidos com nossos irmãos. É um momento de trocar experiências. Um traz uma coisa aqui, outro vem com uma sugestão ou um material. Por isso une toda a comunidade”.
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