Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Foto: Reprodução)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (27), no Japão, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admite sua culpa ao pedir anistia. A declaração foi dada horas após o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornar Bolsonaro e sete aliados réus por tentativa de golpe de Estado em 2022.
"Não adianta ficar pedindo anistia antes do julgamento. Quando ele pede anistia, ele está dizendo que ele foi culpado", declarou Lula em entrevista coletiva. Bolsonaro tem feito reiterados pedidos de anistia, mesmo antes de se tornar réu, o que só aconteceu nesta quarta-feira (26), após meses de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Lula também comentou a quantidade de provas contra Bolsonaro e os outros sete réus por tentativa de golpe de estado. "É visível por todas as provas que ele tentou contribuir para o meu assassinato, para o assassinato do vice-presidente, para o assassinato do ex-presidente da Justiça Eleitoral brasileira", disse. “Se ele é inocente, que prove”, desafiou.
Segundo a PGR, Bolsonaro teria conhecimento e acompanhou a evolução do plano chamado "Punhal Verde Amarelo", que teria como objetivo matar o vice-presidente Geraldo Alckmin, o próprio Lula e ainda eliminar ou restringir a liberdade do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Lula também ironizou o discurso de Bolsonaro, que alega perseguição. "Todo mundo sabe o que aconteceu nesse país. Não adianta agora ele ficar fazendo bravata, dizendo que está sendo perseguido. Ele sabe o que ele cometeu", afirmou.
Apesar de reconhecer a robustez das provas apresentadas na denúncia, Lula também voltou a defender o direito de Bolsonaro a um processo justo. "Eu inclusive quero que ele tenha a presunção de inocência que eu não tive. Não é o homem Bolsonaro que está sendo julgado, é um golpe de Estado que está sendo julgado. Ao invés de chorar, caia na realidade e saiba que você cometeu um atentado contra a soberania desse país", disse, comparando o caso ao período em que ficou preso por 580 dias entre 2018 e 2019, antes de ter suas condenações anuladas pelo STF, em um processo tão cheio de ilegalidades que acabou sendo anulado.
A decisão do STF não significa que Bolsonaro e seus aliados foram considerados culpados ou inocentes, mas que os ministros da Primeira Turma enxergaram indícios de crimes na denúncia da PGR. No documento de mais de 300 páginas, o grupo é acusado de formar o "núcleo crucial" de uma organização criminosa que teria como objetivo destruir a democracia.
Após virar réu, Bolsonaro classificou as acusações como infundadas e voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes e o sistema eleitoral brasileiro.
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