Ex-ministro Sérgio Moro (Foto: Reprodução)
"Não me sentiria confortável com minha consciência sem explicar porque eu estava saindo”, disse o ex-juiz da Lava Jato sobre as denúncias feitas contra presidente
O ex-ministro Sérgio Moro disse, em entrevista à revista Time, que não entrou no governo Jair Bolsonaro ‘para servir um mestre’. “Entrei para servir ao País, à Lei”. O ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato falou à revista americana sobre sua primeiro escalão do Executivo e as denúncias que fez ao renúncia ao cargo no final de abril.
“Não era minha intenção atingir o governo”, disse. “Mas eu não me sentiria confortável com minha consciência sem explicar porque eu estava saindo”.
Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir no comando da PF para obter informações sigilosas. A declaração levou à abertura de um inquérito, atualmente aguardando a divulgação da gravação de reunião ministerial do dia 22 de abril, quando, segundo Moro, o presidente afirmou que iria interferir em todos os ministérios para obter relatórios de inteligência.
De acordo com um trecho transcrito pela Advocacia-Geral da União, Bolsonaro teria dito: “Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o Ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”.
O Planalto insiste que o uso da palavra ‘segurança’ se refere à segurança pessoal do presidente, mas Moro afirma que se trata da chefia da Polícia Federal.
Moro conta que viu o convite para fazer parte do governo Bolsonaro como uma ‘oportunidade para consolidar as conquistas da Lava Jato e fortalecer permanentemente a lei em Brasília’. Mas sentiu uma falta de apoio do Planalto e sua permanência no governo passou a ‘perder o sentido’.
Ele ficou ainda mais chateado com a aproximação de Bolsonaro com parlamentares do Centrão.
“Eu não posso estar em um governo se não tenho um compromisso sério contra a corrupção e o Estado de Direito”, disse.
Perguntado se aceitaria o posto em uma eventual vitória petista em 2018, Moro respondeu que isso ‘não seria possível sem que o PT reconheça seus erros passados’. “Precisa ser um compromisso sério”, afirmou. “Infelizmente, o governo que foi eleito também não tinha isso”.
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