Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro (Foto: Reprodução)
No centro da crise política do governo Jair Bolsonaro com a Vaza Jato, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, 46 anos, destaca que não deixará o cargo. “Falsos escândalos não me farão desistir dessa missão”, disse ele ao jornal Correio Braziliense.
Revelações do Intercept Brasil apontou que Moro extrapolou suas funções quando julgava os processos da Operação Lava Jato em primeira instância jurídica. O ex-magistrado interferiu no trabalho de procuradores, sugerindo, por exemplo, inversão da ordem das fases da operações e acréscimo de informações na produção de provas.
De acordo com o mais recente vazamento, Moro mandou o procurador Deltan Dallagnol vazar dados sobre pagamentos da Odebrecht na Venezuela para desestabilizar o regime de Nicolás Maduro.
O ex-juiz atribui o vazamento de mensagens a um revanchismo combinado com a tentativa de anular condenações e impedir novas investigações.
“Muita gente teve os interesses contrariados, pessoas poderosas que se envolveram em corrupção”, afirmou. “As mensagens foram obtidas por hackers criminosos, podem ter sido adulteradas total ou parcialmente e não foram publicadas a partir do contexto delas.”
Revelações do Intercept, em parceira com o jornal Folha de S.Paulo, apontaram que, em umas das conversas entre procuradores, um integrante do MPF-PR reclama: "Moro viola sempre o sistema acusatório".
Outra reportagem do Intercept Brasil, desta vez em parceria com a Veja, apontou que o procurador Deltan Dallagnol diz à procuradora Laura Tessler que o então juiz Sérgio Moro o havia chamado a atenção sobre a falta de uma informação na denúncia contra o lobista Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro com contratos suspeitos com a Petrobras.
“Laura no caso do Zwi, Moro disse que tem um depósito em favor do [Eduardo] Musa [da Petrobras] e se for por lapso que não foi incluído ele disse que vai receber amanhã e da tempo. Só é bom avisar ele”, afirma Dallagnol na troca de mensagens pelo Telegram, em 28 de abril de 2016.
“Ih, vou ver”, responde a procuradora.
De acordo com a Veja, no dia seguinte a esse diálogo, a Procuradoria em Curitiba incluiu comprovante de depósito de US$ 80 mil feito por Skornicki a Musa. Moro aceitou a denúncia e, na decisão, mencionou o documento que havia pedido.
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