Miriam Leitão, Moro e o filho dela, Vladimir Netto (Foto: Reprodução)
A bomba do Intercept sobre a farsa da Lava Jato deveria resultar na prisão de Sergio Moro e Deltan Dallagnol e a soltura imediata de Lula.
A liberdade do ex-presidente está no horizonte pelo conjunto da obra.
A detenção de Moro e Dallagnol simplesmente não vai acontecer.
A série de reportagens reunindo chats privados dos próceres da República de Curitiba é um marco do jornalismo brasileiro.
São quatro partes.
Uma delas mostra como os procuradores tramaram para impedir entrevista de Lula antes das eleições por medo de que ajudasse a “eleger o Haddad”.
Outra expõe a colaboração proibida do ex-juiz com Dallagnol com riqueza de detalhes.
É um material riquíssimo e de onde veio isso, avisam os jornalistas, tem mais.
Provavelmente saberemos de vazamentos para a velha mídia — sem a qual nada dessa vergonha seria possível.
A imprensa, desde o começo, se comportou como parte integrante do esquema, relações públicas dos cruzados curitibanos, totalmente acrítica.
Quantas capas a Veja dedicou a Moro?
A Globo chegou a montar uma “sala de guerra”, a mando do diretor de jornalismo Ali Kamel, para lidar com as delações que inundavam a emissora.
Montada em 2017, tinha lugar para 22 pessoas.
“O resultado do trabalho dessa equipe, liderada por Ricardo Villela quando diretor de Brasília, foi magistral: sabíamos de tudo sobre todos. E assim a TV Globo deu furo atrás de furo naquela cobertura histórica”, escreveu Kamel num e-mail.
Visto em retrospectiva, soa no momento como a confissão de um crime.
A condução coercitiva de Lula foi antecipada pelo então redator-chefe da Época, Diego Escosteguy (hoje à frente de um blog que ninguém lê).
No comitê central, Míriam Leitão nunca poupou elogios a Moro.
Seu filho, Vladimir Netto, escreveu um livro laudatório sobre a coisa toda que ficou no topo das listas de best sellers por meses.
Milhares de leitores feitos de trouxas por um repórter do Jornal Nacional, ex-vice presidente da Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos, Abraji.
Segundo Vladimir conta em seu opúsculo, Moro exibia “rigor e coragem” ao conduzir os casos “com maestria”.
O maringaense era também parte de uma geração “que trabalha com afinco em busca de resultados”.
Vê-se agora o verdadeiro resultado dessa trabalheira.
Jair Bolsonaro está aí. Moro é ministro.
O Brasil aguarda ansiosamente a autocrítica dessa turma — que não virá.
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