Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) (Foto: Reprodução)
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), bateu duro na proposta de Reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro. O parlamentar entende que o governo terá dificuldades para aprovar uma reforma da Previdência que exija mais dos trabalhadores, como aposentadoria integral apenas com 40 anos de serviços prestados, e menos de empresas sonegadoras do INSS, que, juntas, devem mais de R$ 426 bilhões e às quais o governo está oferecendo isenções previdenciárias de R$ 54 bilhões. De acordo com o congressista, parte da base aliada da nova gestão no Congresso também deverá sair dividida diante do projeto impopular já circulado pelo Planalto, cuja aprovação pelos parlamentares é improvável.
“É preciso reformar a Previdência? Com quase toda certeza, podemos dizer que sim, mas quem vai pagar? Vamos jogar essa conta no trabalhador, nos servidores públicos, ou nos grandes privilegiados, no problema da sonegação das contribuições sociais?”, questionou.
A proposta prevê idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem, e o tempo de 40 anos de contribuição. O governo também estuda implementar o regime de capitalização, em que o trabalhador faz uma poupança e abre uma conta individual para depositar um percentual do salário todos os meses com o objetivo de bancar seus benefícios no futuro.
De acordo com o parlamentar, vale lembrar o exemplo da reforma trabalhista, que era colocada pelo governo Temer como uma alavanca na geração de emprego, mas que, na verdade, acabou produzindo uma verdadeira precarização das condições de trabalho e não reduziu o desemprego, hoje estacionado em 13 milhões de brasileiros.
Humberto diz que vai esperar a proposta chegar oficialmente ao Legislativo para identificar as questões problemáticas e também aquilo que pode ser objeto de uma avaliação favorável por parte do PT.
“A população determinou que o nosso espaço é o da oposição, que cumpre papel importante de cobrar, fiscalizar e apresentar propostas alternativas. Vamos trabalhar nessa linha, entendendo que temos a apresentar ao país um projeto frontalmente diferente do de Bolsonaro. Vamos defender o que achamos que é o que a população deseja e quer. Não teremos nenhum problema de confluir no momento em que houver essa possibilidade, desde que seja do interesse do povo”, ressaltou.
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