Debate com os candidatos à Presidência da República (Foto: Reprodução)
Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (REDE) ainda nutrem esperanças de chegarem ao segundo turno na eleição presidencial. Para que isso ocorra, eles sabem que a única chance é se venderem como a alternativa à polarização que tem se configurado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), os líderes de todas as pesquisas eleitorais das últimas duas semanas. No penúltimo debate televisivo na noite deste domingo entre os concorrentes ao Palácio do Planalto o trio se dedicou a criticar os dois principais adversários e dizer que são eles os capazes de reunificar o país.
“Pretendo ajudar o Brasil a se reconciliar. Pretendo ajudar o Brasil caminhar para além dos personalismos, das adorações a belzebus e a ídolos... O Brasil precisa se debruçar sobre ideias, sobre propostas”, disse Ciro. “Desde 2010 [quando concorri pela primeira vez] falo sobre unir o país”, disse Marina Silva. Enquanto Alckmin afirmou que os “extremos desunem”.
Ao mesmo tempo em que atacaram essa polarização, todos tentaram se mostrar diferentes dos líderes das pesquisas. “O projeto Bolsonaro foi chocado no ninho do PT e do PSDB”, reclamou Marina. Ao que Alckmin estampou: “Nem o radicalismo do Bolsonaro nem o radicalismo do PT, eles não. Estamos juntos para unir o Brasil”.
Bolsonaro não participou do debate porque está em repouso após receber alta hospitalar, depois de passar por duas cirurgias em decorrência de um esfaqueamento. Apesar da ausência, ele foi o tempo inteiro lembrado.
“Nenhum país democrático tem um Bolsonaro como presidente”, disse Henrique Meirelles (MDB). Ciro Gomes, por sua vez, disse que Bolsonaro emitiu uma frase assustadora ao dizer que não reconheceria o resultado eleitoral, mesmo antes das eleições. A maioria deles elogiou o movimento #elenão, promovido principalmente por mulheres no último sábado contra a candidatura de Bolsonaro.
Marina afirmou que o concorrente do PSL era antidemocrático e Álvaro Dias (PODE) disse que Bolsonaro representava a marcha da insensatez. Com exceção do candidato do PSOL, todos reclamaram também dos governos do PT. “Não precisa ficar entre a espada da corrupção [do PT] e a cruz do autoritarismo do Bolsonaro”, disse Marina.
Ao comentar o debate para a cobertura ao vivo do EL PAÍS, o cientista político Eduardo José Grin, professor da FGV, citou essa tardia tentativa de alguns dos concorrentes de se venderem como a terceira via. “Ciro, Marina, Alckmin e Meireles buscando indicar ao eleitor que há uma terceira via de um centro político moderado, de consenso, união, governabilidade e reformas necessárias para o país. A ver se cola”, afirmou o especialista.
A discussão ocorreu no mesmo dia em que o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal e o principal dono da Rede Record declarou que apoia a candidatura de Bolsonaro.
Durante as mais de duas horas de discussões, um dos que mais chamaram a atenção foi Cabo Daciolo (PATRI). Mais uma vez, ele fez suas pregações religiosas, citou a Bíblia e disse que poderia ser chamado de louco, mas pediu para as pessoas pesquisarem na internet sobre Vostok, que é um exercício militar a ser realizado pela Rússia com a participação da China e da Mongólia. Em sua visão, o mundo está à beira de uma nova guerra.
Assista ao debate com os candidatos à Presidência da República – VÍDEO
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