Lula não está enfrentando o Ministério Público ou mesmo as sentenças de Moro e do TRF-4, está enfrentando a prepotência autoritária de um Poder Judiciário que virou partido nestas eleições.
Os jornais abrem grandes manchetes sobre Lula retirar “pedido de soltura no STF para impedir discussão sobre elegibilidade” ou, como diz O Globo, “Com medo de ter candidatura impugnada, Lula desiste de pedido de liberdade”.
É mais um factóide causado pelas mutretas que se armam tanto nas mãos da dupla Edson Fachin/Cármem Lúcia no STF e nas de Luís Fux, no TSE.
Há cinco dias já se demonstrou aqui que a “pressa” anunciada por Fachin no julgamento do recurso de Lula era, na verdade, uma trampa para antecipar sua inelegibilidade, nem mais nem menos.
Como a “correria” para o registro de chapas completas até às 19 horas de hoje, algo que nunca ocorreu em eleições e que não teve um ato oficial que mudasse o que sempre prevaleceu nos pleitos eleitorais.
Lula já se antecipava e não ia cair nessa.
Para usar uma metáfora futebolística, tão ao gosto do ex-presidente, é como um atacante caçado em campo perceber que o zagueiro vem de travas levantadas, naquele “carrinho” mal-intencionado e saber pular, deixando a agressão se esvair no nada…
Pior ainda, cheirava a um chantagem, de acenar uma libertação futura desde que ele desistisse de ser, como é direito seu e necessidade do Brasil, candidato a presidente.
Estava claro que Fachin ia forçar, com o apoio de Cármem Lúcia, uma decisão quanto a elegibilidade de Lula que, qualquer estudante sabe, deve ser iniciada na Justiça Eleitoral, não no Supremo, até para não abolir a capacidade de ser analisada em duplo grau de jurisdição.
Lula não está enfrentando o Ministério Público ou mesmo as sentenças de Moro e do TRF-4, está enfrentando a prepotência autoritária de um Poder Judiciário que virou partido nestas eleições.
O Partido Sem Lula, que poderia ter a mesma sigla do PSL de Jair Bolsonaro.
A não apreciação do recurso não quer dizer que Lula terá de aceitar a prisão iilegal, apenas adia a apreciação do seu direito de responder em liberdade.
Adiamento que, como disse seu porta-voz Fernando Haddad, é coerende com a decisão de que “não trocaria a dignidade pela liberdade”.
Quem constrói o martírio de Lula não é ele, porque não é quem se martiriza que pratica a perseguição e a violência”.
Mas é fora de dúvida que não há mártir sem dignidade e estoicismo.
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