Aliado político de Geddel, o prefeito de Salvador ACM Neto, ao ser questionado sobre as acusações envolvendo o ex-ministro, afirmou que, 'ninguém pode ser condenado por antecipação' (Foto: Reprodução)
Não há de se negar que o velho ditado "Pimenta nos olhos dos outros é refresco" está se aplicando na política baiana. Pelo menos no que se refere as investigações da Polícia Federal sobre o envolvimento do ex-ministro Geddel Vieira Lima, nas irregularidades investigadas na Operação "Cui Bono?", e na denúncia de que ele teria usado o cargo em benefício próprio, tentando liberar as obras de um condomínio de luxo em Salvador no qual ele admitiu ter comprado um apartamento (na planta), mas que as investigações mostram que sua propriedade no empreendimento vai a muito além disso.
Aliado político de Geddel, o prefeito de Salvador ACM Neto, ao ser questionado sobre as acusações envolvendo o ex-ministro, afirmou que, "ninguém pode ser condenado por antecipação. Não só ele, mas qualquer homem público. Isso vale para qualquer pessoa. Ao fim, ao cabo, quando a pessoa não cometeu nenhum ato, ela é inocentada. Se cometeu, vai pagar por isso. Agora, ninguém pode fazer um pré-julgamento. O que se tem é que confiar na Justiça para que ela possa, de fato, cumprir o seu papel e chegar às suas conclusões", disse o prefeito da capital baiana.
ACM Neto, só esqueceu que, quando as investigações envolviam membros do PT ou de outros partidos opositores ao DEM, PMDB e PSDB, sua postura, assim como dos líderes políticos dessas legendas, era completamente diferente. Onde estes sentenciaram os investigados antes mesmo da conclusão das investigações. Onde a ordem era, primeiro prender, depois investigar.
Além do caso de uso do cargo de secretário de Governo da Presidência da República para pressionar o então ministro de Cultura da época para liberação de um alvará que autorizaria as obras do condomínio de luxo em Salvador, onde, segundo o ex-ministro, possui apenas um apartamento comprado na planta, Geddel também é alvo de investigações de favorecimentos com propinas envolvendo facilidades na concessão de empréstimos da Caixa Econômica Federal durante o período em que foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco. O esquema, além de envolver outros diretores, era liderado pelo ex-deputado federal, Eduardo Cunha, preso há mais de 90 dias.
Cunha, aliás, fio do novelo, que está em vias de 'dobrar os joelhos', quanto a tão temida delação premiada sobre a qual tanto tem tentado as autoridades jurídicas.
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