O ex-governador da Bahia e ministro da Casa Civil do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), Jaques Wagner (PT), rebateu as informações veiculadas pela imprensa paulista que apontou sua participação em favor da empreiteira baiana OAS. “[estou] absolutamente tranquilo quanto a minha atividade política institucional, exclusivamente baseada na defesa dos interesses do Estado da Bahia e do Brasil”, destacou o petista, que teve vazadas as conversas com o sócio da OAS, Leo Pinheiro, a quem prometeu intervir no Ministério dos Transportes para que a pasta liberasse R$ 41,7 milhões referentes a um convênio de 2013 da Via Expressa da capital baiana, empreendimento construído pela OAS.
O orçamento inicial era de R$ 381 milhões, com contrapartida do governo baiano de R$ 41,7 milhões (10,6% do montante), mas a obra acabou sendo inaugurada pela presidente com um custo final de R$ 450 milhões.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, no diálogo registrado pela Polícia Federal, representantes da OAS conversam entre si para buscar apoio de Wagner junto ao governo federal. A cinco dias do segundo turno das eleições presidenciais, o grupo teve o seguinte diálogo: Léo Pinheiro para Jaques Wagner:
“Governador, se for possível, peço seu apoio. Abs”. Elmar Varjão, outro executivo da OAS intervém: “Leo, é importante que o nosso Gov. JW (Jaques Wagner) fale com o Min. dos Transportes Paulo Sergio para liberar recurso no valor de R$ 41.760 milhões, referente a ressarcimento d convênio TT 026/2008 da Via Expressa, objeto o ofício 021/2013/GG assinado por ele em 10/10 de 2013”. O então governador Wagner responde ao apelo: “Ok, vou fazê-lo abs domingos vamos ganhar com certeza”. Na continuidade, Leo Pinheiro arremata o diálogo falando com outro executivo da OAS, o César Mata Pires Filho: “Já falei com JW (Jaques Wagner). Vai ligar para o PS (Paulo Sérgio). Bjs”.
Diante do contexto exposto, o ministro da Casa Civil se mostrou tranquilo. “Estou à disposição do Ministério Público e demais órgãos competentes para quaisquer esclarecimentos. Em tempo, manifesto meu repúdio à reiterada prática de vazamentos de informações preliminares e inconsistentes, que não contribuem para o andamento das apurações e do devido processo legal”, disse o petista.
Ex-governador eleva fervura na cúpula do PT
Novo ministro da Casa Civil, o ex-governador baiano Jaques Wagner tem se destacado como importante interlocutor da presidente Dilma no Congresso Nacional. No último fim de semana, ele causou polêmica entre seus colegas petistas ao dizer que o partido “se lambuzou” ao chegar ao poder. Segundo a reportagem, nos trechos considerados suspeitos pelos investigadores, nomes e valores são tratados por códigos e apelidos. Wagner, por exemplo, é tratado como “Compositor”, em alusão ao músico alemão Richard Wagner, e “JW”.
Já Pellegrino é chamado de “Andarilho”, em trocadilho com peregrino. Outros dois concorrentes à prefeitura naquele ano, o prefeito ACM Neto (DEM) e o radialista Mário Kertész (então no PMDB) são identificados como “Grampinho” e “MK”. “Em 2014, Léo Pinheiro pede ajuda a Jaques Wagner para falar com o então ministro dos Transportes para ‘liberar o recurso no valor de R$ 41.760 milhões’ referente a um convênio assinado em 2013. ‘Ok, vou fazê-lo abs domingo vamos ganhar com certeza”, respondeu Jaques Wagner, cinco dias antes do segundo turno da eleição presidencial de 2014", diz trecho da matéria do Estadão.
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