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Ação foi deflagrada após investigações em Minas Gerais. Vereador e advogado de lá também tiveram mandados de prisão cumpridos. Foto: Polícia Civil - DivulgaçãoAção foi deflagrada após investigações em Minas Gerais. Vereador e advogado de lá também tiveram mandados de prisão cumpridos. Foto: Polícia Civil - Divulgação

Segundo a polícia, a empresa organizadora dos certames, que é sediada na Bahia, também é investigada por suspeita de facilitar a aprovação de candidatos indicados pelo poder público. Em troca, as pessoas pagavam o valor do primeiro salário.

 

As investigações começaram em junho deste ano, quando a polícia recebeu a informação de que um concurso do município de Piedade de Caratinga, realizado pelo Instituto de Educação e Saúde Pública (Iesp), seria fraudado.

Os policiais entraram em contato com a prefeitura e avisaram que iriam fiscalizar as provas e digitalizar os gabaritos. Em seguida, os fraudadores tentaram mudar o esquema, mas a polícia identificou a movimentação.

"Normalmente, essas fraudes em concursos públicos acontecem com a troca do gabarito: a pessoa vai fazer a prova e marca qualquer resposta, sabendo que, posteriormente, a banca troca o gabarito dela de forma que ela seja aprovada. [...] Eles mudaram a fraude quando souberam que a gente ia estar presente, e os candidatos receberam a prova e o gabarito antecipadamente ao dia do concurso", explicou o delegado regional de Caratinga, Ivan Sales, conforme divulgou o g1.

Além de Piedade de Caratinga, a polícia acredita na possibilidade de fraude em certames realizados também em outros municípios mineiros.

"A investigação foi caminhando e tomou uma proporção muito maior. [...] A gente percebe que esse instituto realizou vários concursos em Minas Gerais em um curto espaço de tempo, o que aponta indícios de que pode ter havido fraudes", afirmou o delegado.

Além das prisões, a ação ainda cumpriu 18 mandados de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos em Caruaru (PE), Brejo da Madre de Deus (PE), Feira de Santana (BA), Serrinha (BA), Caratinga (MG), Piedade de Caratinga (MG), São José da Lapa (MG) e Belo Horizonte (MG).
Funções

O vereador Kleyton Carlos dos Santos (Podemos), que é presidente da Câmara Municipal de São José da Lapa, é suspeito de fazer a "ponte" entre Iesp e municípios. Na casa dele, foram apreendidos R$ 10 mil em espécie.

O policial militar, que apesar de ser baiano foi preso em Pernambuco, é suspeito de ir a cidades mineiras para fazer reuniões sobre as fraudes.

O advogado preso, que é ex-procurador do município, seria responsável por cuidar da organização do esquema na região.

Um outro advogado de Belo Horizonte, alvo de mandado de busca e apreensão, é suspeito de "angariar municípios" para a fraude.

O presidente do Iesp também era alvo de mandado de prisão, mas não foi localizado e está foragido.

A Polícia Civil ainda suspeita que o prefeito de Piedade de Caratinga, Adolfo Bento Neto (DEM), esteja envolvido no esquema. Ele também foi alvo de mandado de busca e apreensão.

"Em Piedade de Caratinga, a gente tem pessoas que falam que pagaram para o prefeito, e o valor pago foi equivalente ao primeiro salário [do cargo público]", disse o delegado.

A reportagem procurou a Prefeitura de Piedade de Caratinga, o Iesp e a assessoria do vereador Kleyton Carlos dos Santos, de São José da Lapa, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

Em nota, a Câmara Municipal de São José da Lapa afirmou ao g1 que "em gestão alguma celebrou qualquer tipo de contrato com a empresa investigada" e que "se coloca à disposição para todos os esclarecimentos necessários".

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