Um desentendimento motivado por ciúmes terminou com a morte do cabeleireiro Aliomar Robson Rômulo Pereira, de 53 anos, na noite de quinta-feira, 2, na casa onde ele morava, na 2ª Travessa Teodoro de Albuquerque, no Cabula VI (6), em Salvador.
O companheiro dele, o lavador de carros Adriano Jesus Souza, 23, chegou a ser preso, mas foi liberado, após prestar depoimento no Departamento de Homicídios (DHPP), onde foi instaurado um inquérito para investigar as circunstâncias da morte.
Segundo a polícia, Robson, como era conhecido, e Adriano tinham um relacionamento amoroso há 12 anos. Em depoimento, Adriano contou que Robson não aceitava o fato de ele também se relacionar com mulheres e disse que o motivo da briga foi o fato de o cabeleireiro tê-lo flagrado com uma delas no dia anterior.
Durante a briga, Adriano empurrou Robson, que caiu, bateu a cabeça no chão e desmaiou. Adriano disse ainda que empurrou o companheiro apenas para afastá-lo, pois ele tentava agredi-lo, conforme informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil.
Adriano ainda pediu ajuda a uma vizinha, que chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a polícia. O corpo do cabeleireiro foi encontrado dentro da residência por um sobrinho dele. A equipe de perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT) identificou um ferimento na parte de trás do crânio.
Encontrado por policiais
Ainda conforme informações da Polícia Civil, Robson sofria de problemas cardíacos e as brigas por ciúmes entre ele e Adriano ocorriam com frequência.
Sob anonimato, um vizinho contou que Adriano foi encontrado por policiais da 23ª CIPM (Narandiba) escondido na cobertura do prédio onde Robson morava. Esta versão condiz com as informações registradas na ocorrência da Central de Polícias (Centel).
“Robson morava sozinho, mas o namorado dele sempre vinha aí. Ele chegou do trabalho no início da noite. Pouco tempo depois, o namorado chegou. Não ouvi a briga, apenas ouvi um barulho forte de uma pancada”, contou o morador.
Amigos perplexos
Robson era proprietário do Salão Tokspecial Unissex, localizado no bairro da Boca do Rio. “Ele saía de manhã e chegava à noite. Era do trabalho para casa e de casa para o trabalho. A gente quase não o via aqui”, contou uma moradora. “Que coisa terrível. Como é que pode uma briga terminar na morte de uma pessoa?”, disse outro morador, visivelmente perplexo.
No perfil do cabeleireiro no Facebook, diversas pessoas publicaram mensagens de espanto e incredulidade diante da notícia sobre a morte dele. Algumas questionavam o que havia ocorrido com ele. “Oi? Como assim? Gente, me explica isso aí, pelo amor de Deus. O que houve com o Robson Pereira?”, comentou Rosangela Papillon Cesimbra.
Familiares dele estiveram na manhã desta sexta no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues (IML), mas não quiseram falar com a reportagem. Eles estavam muito emocionados. “Desculpe, mas eu não vou falar”, declarou uma mulher, chorando.
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