Essa é a segunda vez que a embarcação, que tem capacidade para até 7 mil veículos, vem ao país com carros da montadora chinesa (Foto: Reprodução)
A associação das montadoras de veículos instaladas no Brasil (Anfavea), se posicionou nessa semana referente a fabricação e venda de carros elétricos no Brasil. A associação defendeu a antecipação da volta do imposto de importação completo no setor, após a chegada ao país de um grande navio da montadora chinesa BYD, transportando mais de 5,5 mil veículos novos. Com atrasos na instalação e produção da fábrica em Camaçari, a montadora expande sua participação no país com veículos importados, desequilibrando o mercado nacional.
Sem citar diretamente a BYD, a associação das montadoras de veículos defendeu, em comunicado à imprensa, o retorno imediato da alíquota de 35% sobre veículos elétricos e híbridos importados, ante as tarifas atuais de 18% para elétricos e 20% a 25% para híbridos.
O comunicado veio depois que a BYD anunciou na última sexta-feira (28/2), a chegada ao porto Portocel, em Aracruz (ES), do navio Explorer Nº 1 com 5.524 carros e utilitários esportivos (SUVs) elétricos e híbridos.
Essa é a segunda vez que a embarcação, que tem capacidade para até 7 mil veículos, vem ao país com carros da montadora chinesa. Segundo a Anfavea, há atualmente no Brasil cerca de 40 mil carros importados em estoque. A entidade informou na nota, que recebeu com “preocupação” a chegada da nova embarcação.
A associação acredita, que essa manobra da montadora chinesa desequilibra a balança comercial, e ameaça a indústria nacional, que gera mais de 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos. A entidade representa marcas instaladas há décadas no país como Fiat, GM, Volkswagen, Renault e Toyota. Os 5.524 veículos declarados pela BYD equivalem a cerca de um terço do volume de veículos elétricos e híbridos vendidos no Brasil, de todas as marcas, em janeiro, segundo dados da Anfavea.
Em resposta, a BYD, que vem ampliando sua participação no total vendido no Brasil em meio à expansão dos veículos eletrificados no país, afirma que a importação é necessária para “atender a crescente demanda de mercado”.
“Enquanto preparamos o início da produção em Camaçari, essa operação garante que mais consumidores tenham acesso aos nossos modelos com agilidade”, afirmou a BYD, através de comunicado.
Os recorrentes atrasos da montadora também foram citados indiretamente pela Anfavea. “Apoiamos, sim, a chegada de novas marcas ao Brasil, para produzir, fomentar o setor de autopeças, gerar empregos e trazer novas tecnologias. O que vemos, entretanto, são anúncios sucessivos de adiamento dos prazos de início de produção no país”, informou a entidade. Segundo a associação, mais de 120 mil veículos importados da China foram vendidos no Brasil no ano passado — volume três vezes maior do que em 2023.
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