O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Pablo Porciuncula/AFP)
Com expectativa de reunir até um milhão de pessoas, apoiadores de Jair Bolsonaro participaram de um ato em Copacabana, Zona Sul do Rio, na manhã de domingo (16), convocado pelo ex-presidente. A manifestação que pediu a anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília e buscava recuperar a imagem e prestígio do ex-presidente não saiu como o esperado e reuniu uma média de 18,3 mil.
O levantamento foi feito pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP). O número de apoiadores presentes no domingo representa uma queda de mais de 70% em relação ao protesto realizado no mesmo local em 7 de setembro de 2022, onde 64,6 mil pessoas estiveram presentes, segundo o mesmo levantamento.
A manifestação acontece em um momento delicado para Bolsonaro e seus apoiadores. Conforme divulgamos, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), decide ainda esse esse mês, se torna ou não Bolsonaro réu pela trama golpista, o maior ataque às instituições da República desde que o Brasil voltou a ser uma democracia. O colegiado marcou para o dia 25 de março o julgamento das denúncias da Procuradoria-Geral da República.
Esse foi o principal tema do discurso do ex-presidente. Bolsonaro defendeu anistia, disse que não vai sair do Brasil, comparou seu governo com o de Lula e afirmou que será um problema "preso ou morto". Também falou
sobre o projeto de lei referente a anistia, afirmou que já conta com o apoio do PSD e que espera aprovação no Congresso. Mostrando que ainda não se recuperou da derrota para o presidente Lula, voltou a alegar que foi prejudicado nas eleições de 2022 e fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes.
O posicionamento foi seguido pelo organizador do ato, o pastor Silas Malafaia. Em seu discurso, Malafaia direcionou ataques mais ríspidos a Moraes, a quem tratou como "criminoso". Criticou o inquérito das Fake News, a delação premiada do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e provas coletadas que embasaram a denúncia da tentativa de golpe de Estado. Criticou ainda, a ‘celeridade do Judiciário’ ao julgar o caso.
Além do ex-presidente, participaram o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o de Santa Catarina, Jorginho Mello, e o de Mato Grosso, Mauro Mendes. Também estiveram presentes os senadores Flávio Bolsonaro e Magno Malta, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, o pastor Silas Malafaia, coordenador do evento, entre outros.
Mesmo com toda mobilização e as declarações polêmicas, no saldo final, o grupo não saiu revigorado ou fortalecido, e os bolsonaristas se frustraram com o resultado de baixa adesão, aumentando ainda mais o desgaste do grupo.
Ato reúne 18,3 mil em Copacabana, calcula pesquisa da USP; patamar é menor que o de outras manifestações de Bolsonaro (Foto: Custódio Coimbra/Agência O Globo)
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