O Brasil está vivendo uma epidemia de dengue. Na Bahia, Vitória da Conquista, Salvador e Feira de Santana lideram o ranking de cidades com maior número de casos prováveis da doença em 2024, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia. Ao todo, no estado, foram notificados 81.428 casos prováveis de dengue até o dia 23 de março de 2024, com mortes pela doença já registradas. O que nem todo mundo sabe é que, além de provocar os sintomas já conhecidos, como febre, dores no corpo, náuseas e manchas vermelhas no corpo, oftalmologistas ressaltam que o vírus da dengue pode trazer complicações para os olhos.
“O mosquito Aedes aegypti é o principal transmissor de arboviroses como a dengue. Explicando de forma objetiva, ao ter contato com o indivíduo, ele transmite o vírus que também pode atingir os olhos tanto pela circulação sanguínea quanto pela via neurológica, podendo provocar alterações nas estruturas do globo ocular e em seus anexos. A turvação visual costuma ser a manifestação mais comum, seguido por “manchas” no campo visual e dor ocular, esta última habitualmente comprometendo a região retrobulbar ou, em uma linguagem menos técnica, a “região atrás dos olhos”, detalha o oftalmologista Murilo Barreto, da OftalmoDiagnose, unidade que integra o Grupo Opty na Bahia.
O médico explica que as manifestações oculares da dengue felizmente costumam evoluir de forma favorável, sem provocar comprometimento grave ou permanente na função visual, mas isso desde que o diagnóstico e o tratamento adequados sejam instituídos quando necessários. “Além das alterações com menor poder nocivo para os olhos, como as hemorragias superficiais, complicações potencialmente graves podem ocorrer, como as hemorragias retinianas ou vítreas, o edema macular, a uveíte anterior e a neuropatia óptica. Sobretudo em quadros tratados de forma inadequada, o risco de prejuízo permanente para a visão é real”, enfatiza Murilo Barreto, destacando que este fato só ressalta a importância da realização de um exame oftalmológico adequado nos pacientes com esse diagnóstico.
Prevenção
Ao surgir qualquer incômodo visual, a recomendação de Marcelo Nascimento, oftalmologista do Instituto de Olhos Freitas – outra unidade do Grupo Opty na Bahia, é não hesitar em procurar ajuda de um profissional. “Seja qual for o desconforto nos olhos, a exemplo de dor, embaçamento ou vermelhidão, procure imediatamente um oftalmologista. Além disso, lave as mãos com frequência, evite tocar ou coçar os olhos e não use colírio por conta própria. Mantenha-se hidratado, faça uso de repelentes e inseticidas, como também elimine a água parada, que é o principal ambiente de reprodução do mosquito”, conclui.
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