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 Lula pode não se dirigir nominalmente ao eleitor de Bolsonaro, mas sua fala deverá ter como objetivo capturar eleitores arrependidos (Crédito: Agência Brasil e Reprodução/TV Globo) Lula pode não se dirigir nominalmente ao eleitor de Bolsonaro, mas sua fala deverá ter como objetivo capturar eleitores arrependidos (Crédito: Agência Brasil e Reprodução/TV Globo)

Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) participarem da série de entrevistas com os candidatos à Presidência da República, que está sendo realizada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, será a vez de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversar com William Bonner e Renata Vasconcellos.

A entrevista, que vai ao ar nesta quinta-feira (25), promete ser em um tom menos agressivo do que foi a conversa com Bolsonaro, e mais parecida com o que aconteceu com Ciro Gomes, de acordo com os especialistas.

“Acredito que ele vai reforçar um perfil conciliador, que é natural dele, que é um sindicalista, e sindicalistas sempre prezam pelo diálogo com o patrão. Ele deve se posicionar contra essa retórica beligerante de Bolsonaro”, aponta Mayra Goulart, cientista política e professora da UFRJ.

Segundo ela, Lula vai querer se mostrar também como um bom gestor. “Que consegue fazer alianças e atrai diferentes forças para aprovar a agenda legislativa no âmbito democrático, que implica na coalizão com diferentes forças”.

Além disso, a parceria entre ele e Alckmin também deve ser destacada. O ex-governador de São Paulo esteve presente na última sabatina de Lula na emissora, em 2006. Na época os dois eram adversários.

O fato foi lembrado pelo próprio petista nas redes sociais, ao convocar seu eleitorado para assistir à entrevista. “Hoje iremos juntos até lá”, comentou.

Bom dia. Hoje serei entrevistado como candidato no Jornal Nacional. A última vez foi na eleição de 2006, quando meu adversário era… o @geraldoalckmin.

Já no plano individual, Goulart aponta que o ex-presidente deve se apresentar como alguém afetuoso, amoroso, um homem de família, apaixonado, “que dialoga, principalmente, com as mulheres evangélicas” – que atualmente fazem parte do perfil de eleitores de Bolsonaro.
Furar a bolha

Apesar de estar na frente nas pesquisas de intenção de voto – como mostrou o último levantamento do Datafolha, divulgado na quinta-feira (18), em que Lula aparece com 47% das preferências contra 32% para Bolsonaro – a margem de diferença entre os dois candidatos vem diminuindo nas últimas semanas.  

Pensando nisso, o cientista político Hilton Cesário Fernandes, docente do curso de pós-graduação em Ciência Política da FESPSP, reforça a aposta em uma estratégia mais pacificadora do petista, do que a que foi adotada pelo atual presidente.

“Acredito que Lula seguirá uma postura cordial, até para se contrapor a Bolsonaro. Terá de mostrar firmeza em suas posições, mas sem ser agressivo. É um momento importante para ele, em que voltará a falar para um grande público fora da base mais simpática ao seu discurso.”

Lula deve aproveitar a oportunidade de falar para quem não é do seu eleitorado, já que os votos da esquerda estão consolidados. “Nesse momento ele tem a possibilidade de atingir outros públicos, se apresentar como alguém que represente uma frente ampla em defesa da democracia, contra os abusos autoritários de Bolsonaro”, observa Goulart.

A cientista política também acrescenta que Lula pode não se dirigir nominalmente ao eleitor de Bolsonaro, mas sua fala deverá ter como objetivo capturar eleitores arrependidos, ou que estão sendo afetados pelo discurso do atual presidente sobre um suposta “boa vontade” em relação ao Auxílio Brasil e outros benefícios oferecidos pelo governo à população em situação socioeconômica vulnerável.

“Desde que era deputado federal, em inúmeros momentos Bolsonaro foi crítico às políticas de transferência de renda, e a população conseguia perceber isso, e ainda consegue porque Lula segue sendo o mais votado entre os que recebem auxílios do governo”, aponta Goulart.

Assunto, aliás, que Lula poderá falar com bastante propriedade, já que seu governo foi pautado por políticas públicas, como Bolsa Família, que ajudaram no crescimento e inclusão social da população brasileira durante aquele período.

 

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