O navio patrulha Guaíba recolheu o tambor, que tem capacidade para armazenar 200 litros de óleo - o material estava cheio e não apresentava vazamentos (Foto: Divulgação | Marinha do Brasil)
A Shell, marca de posto de combustíveis, foi acionada na Justiça Federal após um barril de óleo com seu logotipo ser encontrado boiando no mar. Entraram com a ação a ONG ambiental Redemar da Bahia e pelo Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA).
A ação pede que a Shell forneça documentos e informações relacionados aos barris de lubrificantes de propriedade da empresa, que foram encontrados boiando na Praia do Formosa, em Sergipe. O material também foi visto pela Marinha na Ponta de Tabatinga, a 7,4 km da costa de Natal (RN). O navio patrulha Guaíba recolheu o tambor, que tem capacidade para armazenar 200 litros de óleo - o material estava cheio e não apresentava vazamentos.
Também é pedido na ação que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) forneça documentos e estudos que possuam ter relação com o fato. Análises realizadas pela Universidade Federal do Sergipe constataram que esses barris carregavam o mesmo material que tem poluído as praias do Nordeste desde setembro, e que chegou à Bahia no dia 10 de outubro.
O presidente da Redemar, William Freitas, argumenta que “é importante cruzar as informações e ter certeza dos culpados por esse desastre que atingiu em cheio toda região nordeste e que vai prejudicar diretamente aos povos do mar, ao turismo e a longo prazo a depender da decantação por décadas das áreas atingidas”.
Já Deyvid Barcelar, dirigente do Sindipetro-BA, acredita que é obrigação que a empresa Shell e o Ibama informarem a origem desse óleo que tem afetado o litoral. “Queremos saber se isso é mais uma consequência do péssimo modelo de atuação das petrolíferas privadas que corrompem e poluem diversos países. A Petrobras, patrimônio nacional, sempre atuou de forma proativa no caso de grandes acidentes ambientais, auxiliando a União, Estados e Municípios. Agora, estão tentando privatizar a Petrobras aos pedaços e a preço de banana, além de abandonar o Nordeste do Brasil. Neste sentido, temos um exemplo catastrófico no Brasil: a Vale privatizada, responsável pelo maior acidente de trabalho e ambiental do Brasil, casos de Mariana e Brumadinho”.
Segundo o advogado Maximiliano Garcez, caso a ação seja julgada procedente, a Shell, que é considerada a maior empresa petroleira privada do mundo, será obrigada a fornecer os documentos, que podem auxiliar na punição de possíveis culpados pela poluição.
No último balando divulgado pelo Ibama, 194 pontos do país haviam sido afetados pelo material tóxico.
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