O jovem teria sido capturado por uma rede de tráfico que utiliza vítimas como mão de obra em esquemas de golpes virtuais (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Um brasileiro de 31 anos contatou a família no Brasil relatando estar preso em um centro de cibercrimes na divisa entre Mianmar e Tailândia desde o início de outubro, vítima de uma suposta rede de tráfico humano. A mãe do rapaz paulista, Cleide Viana, afirma que ele foi aliciado por uma falsa proposta de emprego e, desde então, está sob o controle de criminosos que exigem cerca de R$ 120 mil para sua libertação.
O jovem teria sido capturado por uma rede de tráfico que utiliza vítimas como mão de obra em esquemas de golpes virtuais, envolvendo criptomoedas, jogos de azar e investimentos fraudulentos.
“Meu filho está sendo explorado, torturado e forçado a cometer crimes contra sua vontade”, escreveu Cleide na internet. Ela ainda relatou que a família busca ajuda no Itamaraty, na Polícia Federal e no Ministério Público Federal (MPF) para tentar resgatá-lo.
O brasileiro havia viajado à Tailândia para trabalhar como voluntário em um hostel em Bangkok. No início de outubro, ele aceitou uma outra proposta de emprego, mas, a caminho do local, entendeu que havia se tornado mais uma vítima de tráfico humano na Ásia. Desde então, ele fez poucos contatos com a família.
Na última ligação para sua mãe, no dia 8 de dezembro, Luckas informou que os criminosos estavam pedindo cerca de R$ 120 mil por sua libertação. Cleide tenta arrecadar o valor, mas luta contra o tempo: “Cada segundo conta. A dor é imensa, mas a fé é maior”.
O Ministério Público Federal disse que "o procedimento em curso referente a Luckas Viana Santos corre em sigilo e, por isso, as informações não serão fornecidas neste momento". A reportagem também procurou o Itamaraty e a Polícia Federal, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
Número cresceu
Dados do Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas (2021-2023), divulgado pelo Ministério da Justiça em junho de 2024, mostram que, em 2022, 109 brasileiros foram vítimas de tráfico humano na Ásia. Segundo o relatório, “a vulnerabilidade socioeconômica aumenta a suscetibilidade” das vítimas, enquanto plataformas digitais facilitam o aliciamento.
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