Se um time merece um hipotético crachá ou foto na moldura de ''time do mês'' no Brasil, este é o Bahia. Mais precisamente desde o feriado de 12 de outubro, na estreia de Paulo César Carpegiani no comando técnico. Empate em 2 a 2 contra o Palmeiras no Pacaembu, buscando uma desvantagem de dois gols. Não fossem as defesas de Fernando Prass e o tricolor poderia ter saído de São Paulo com uma virada histórica.
O resultado e, principalmente, o desempenho do atual campeão brasileiro custou o emprego de Cuca. E sinalizou a virada baiana. A partir daí a equipe fez campanha de recuperação que ocasionou um salto na tabela e a consequente mudança de perspectiva: da fuga do Z-4 para a primeira página da tabela e agora o sonho, ainda improvável, com o G-7 e a vaga nas fases preliminares da Libertadores....
Vitórias sobre o líder Corinthians e Ponte Preta em casa, no clássico contra o Vitória na Fonte Nova e fora de casa sobre o Avaí. Empate com o Fluminense no Maracanã e o único revés diante do Flamengo na Ilha do Governador por 4 a 1 num placar um tanto ''mentiroso''. No total, quatro vitórias, dois empates e uma derrota. Dez gols marcados, sete sofridos. Aproveitamento de 66%. Fruto do amadurecimento de uma maneira de jogar, saindo das linhas de quatro e dois atacantes de Preto Casagrande para o 4-1-4-1 montado por Carpegiani com muita mobilidade e rapidez.
O grande destaque, porém, é Edigar Júnio. Média de um gol por partida desde a chegada de Carpegiani. Sete dos dez que marcou até aqui em 22 partidas. Colocando Hernane Brocador no banco depois da devolução de Rodrigão ao Santos. O ataque fica mais leve e envolvente e, mesmo sem funcionar como o típico centroavante, a colocação para finalizar as jogadas tem sido perfeita.
Sem contar a precisão, que ajuda a equipe a ser superada apenas pelo Cruzeiro nas finalizações certas – média de cinco por partida. É o terceiro ataque mais positivo com 45 gols, só atrás de Palmeiras e Grêmio. Futebol que agrada as retinas sem deixar de ser competitivo. Com um treinador veterano, porém antenado. Sim, é possível. Por todo o contexto e pelas dificuldades de um clube voltando à Série A e fora do eixo financeiro e midiático do futebol no país, o Bahia é o ''melhor time de todos os tempos da última semana'' no Brasileirão. Ou dos últimos 30 dias.
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