Caetano aposta na parceria com Lula e Jerônimo para se eleger

Com apoio do governador Jerônimo e do presidente Lula, e prefeito de Camaçari por três vezes, Caetano pretende emplacar sua quarta gestão na direção do Município - (Foto: Divulgação/Ascom)

Em entrevista ao site BNews, o petista revelou quais são seus planos para um eventual quarto governo em Camaçari e não poupou criticas ao grupo que atualmente está à frente da atual gestão municipal.

Confira a entrevista completa:

A principal pergunta para um candidato, ou ainda um pré-candidato, é sobre quais são as propostas que o senhor tem para Camaçari. Caso eleito, o que o eleitorado camaçariense pode esperar de sua gestão? Quais são as propostas para Educação, Saúde e Segurança Pública?

Luiz Caetano: Camaçari, a cidade que é o 2º PIB da Bahia, é o 5º PIB do Nordeste e é o 37º PIB do Brasil. Mas está faltando medicamentos nos postos médicos, tem uma fila quilométrica de pessoas para fazer ou consultas, ou exame ou cirurgia eletiva. Os postos médicos não funcionam a contento. O maior problema de Camaçari hoje é a saúde pública. Quando eu fui prefeito até 2012 eu tinha duas UPAs na cede funcionando e tinha o Hospital da Mulher funcionando, além dos postos médicos. O prefeito Elinaldo fechou UPA da Nova Aliança e fechou o Hospital das Mulheres e consequentemente piorou o sistema da saúde pública do município. Ou seja, por que que a época que eu fui prefeito eu tinha duas UPAs e ele botou só uma funcionando e pessimamente mal. É uma burocracia infernal. Então, primeira coisa nossa é fazer a mudança, uma mudança que o povo quer a partir da saúde pública. Botar as unidades de saúde pra funcionar, acabar com essa burocracia que tem hoje no atendimento. Vamos botar uma ambulância fixa em cada posto médico, vamos botar o posto médico para funcionar. E fazer um atendimento humanizado no sistema de saúde de Camaçari, humanizar o atendimento, criar um receptivo para a população. Trazer a policlínica que nós já conseguimos com o presidente Lula, já está em processo licitatório, deve começar a construir ainda esse ano. Reabrir uma UPA de tipo três na região dos polos e trazer também o Hospital Municipal. Essa é a mudança que nós vamos fazer na saúde pública.

No transporte coletivo que é o segundo pior problema que Camaçari tem, é trazer os outros elétricos e botar tarifa zero para o povo de Camaçari. Nós temos condição de fazer isso. A gente fez o estudo. Então nós vamos garantir o ônibus elétrico com tarifa zero. O presidente Lula está liberando recurso para compra dos ônibus elétricos e, obviamente, como vai baixar o custo do transporte coletivo no nosso município, tem condição de colocar tarifa zero para a população de Camaçari.

Botar as escolas para funcionar em tempo integral, climatizar as escolas que não estão climatizadas. Eu quero entregar um computador a cada criança do ensino fundamental, reestruturar o ensino infantil e botar para funcionar o ensino infantil e o ensino fundamental. O tem que assumir aquelas questões que são inerentes ao município, como o ensino fundamental, como o ensino infantil, como o atendimento das UPAs e os postos médicos. Isso é responsabilidade do município, do prefeito. O Estado é responsável pelo ensino médio. Vamos fazer uma ponte com o Estado para que as crianças que saiam no ensino fundamental sejam absorvidas no ensino médio e possam realmente ter uma qualificação melhor, se preparar melhor para o mundo do trabalho e para a vida. Nós vamos fazer um grande trabalho de qualificação e capacitação da nossa juventude, do nosso povo, porque vem a BYD, tá aí a Sinoma, que constrói pás eólicas. Vão vir várias empresas que vão fabricar equipamentos de energia solar, de energia eólica. Mas tudo isso tem que ter uma nova qualificação, porque é uma tecnologia moderna, diferente da tecnologia que foi para produzir o carro da Ford.

Nós vamos criar um cartão corporativo para a população mais carente já ter o seu recurso para ir comprar sua cesta básica no comércio que for credenciado pelo município. A mesma coisa com a farda escolar para fazer com que a economia municipal possa se movimentar. Esses são alguns dos pontos principais do nosso programa de governo. Ou seja, nós vamos fazer a mudança através do dia a dia da população mais precisa, que é a saúde e a educação, que é o transporte, é reestruturar o sistema de segurança pública de Camaçari.

Não se faz segurança pública só com polícia da rua e só com viatura. Eu sei que [a segurança pública] é responsabilidade da União, mas o município tem que entrar nisso. O Estado tem que entrar como tem entrado. Então juntar o Estado, o município, a União e a sociedade, como eu fiz, quando fui prefeito. Eu fiz o plano de Segurança pública que dentro com a Polícia Militar, com a Polícia Civil e com a Justiça e com a estrutura nossa de prefeitura.

Durante as comemorações do último 2 de julho, em Salvador, o atual prefeito Elinaldo Araújo, falou que a candidatura do nome dele representaria uma “novidade” para a política de Camaçari. Como avalia essa fala e o que de novo o senhor poderia apresentar para Camaçari?

Luiz Caetano: O prefeito não está falando a verdade para a população nas suas entrevistas. Primeiro que o prefeito foi retirado da campanha. Esconderam o prefeito, porque todo lugar que ele chega com o candidato dele, a rejeição aumenta mais ainda. Eles tinham aqui um movimento chamado “Movimento da Verdade”, que foi a maior mentira. Tiveram que acabar porque não está dando mais ninguém. Só estavam indo alguns servidores porque eram forçados a ir. Portanto, qual é a novidade que tem do candidato dele? Quando ele fechou a UPA, o candidato a vereador não reagiu, não defendeu o povo. Então, tudo que ele não fez nessa cidade virar as costas pro povo de Camaçari foi feito junto com o presidente da Câmara, que é o candidato dele. Qual é a novidade que traz? É o mesmo projeto. Eu tenho 40 anos enfrentando esse grupo. É o mesmo grupo político, é o grupo político mais antigo de Camaçari. É o mesmo grupo, é o mesmo time, é um time envelhecido. Do ponto de vista político, em nosso município, não traz nada de novo. Que é que eles estão fazendo? Elinaldo prometeu que ia fazer o Hospital Municipal e não fez. Ia fazer uma maternidade e não fez, quem fez foi Estado. E agora o candidato dele está requentando o que ele já tinha prometido lá. Então a rejeição do prefeito Elinaldo pegou o candidato.

Ao longo dos últimos anos, a gente vê a política nacional polarizada entre o PT, com o presidente Lula, e o grupo liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas eleições desse ano, é possível ver uma tentativa de nacionalizar as eleições municipais desse ano. Tanto o Lula quanto o Bolsonaro estão viajando pelo Brasil para tentar alavancar as candidaturas de aliados. No entanto, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), tem defendido não seria possível as eleições municipais por um pleito com características muito específicas. O senhor concorda com essa análise dele?

Luiz Caetano: Eu não concordo. Discordo profundamente. Por exemplo, Camaçari podia tá bem melhor se tivesse a frente da prefeitura um pessoal que tivesse competência para poder fazer com que o município avançasse, especialmente agora, nesse reinício de um novo ciclo econômico para Camaçari. Camaçari vive agora a expectativa de um novo ciclo econômico e de um novo ciclo político. E nós vamos, se Deus quiser e o povo, ganhar essas eleições. E não é só ganhar. É ganhar e governar de mãos dadas com o povo e alinhado com [o governador] Jerônimo Rodrigues e com p [presidente] Luiz Inácio Lula da Silva, que já está ajudando a gente aqui. Quando Lula bota Policlínica aqui, bota 1.700 casas “Minha Casa Minha Vida”, que Bolsonaro não fez uma e que Elinaldo e o candidato dele votaram em Bolsonaro, apoiaram Bolsonaro e ficam se escondendo. Então, nós somos aliados do presidente Lula e do governador Jeronimo, de [Jaques] Wagner, de Rui Costa, de Otto Alencar. Esse é o nosso time e nós vamos fazer campanha com esse nosso time. Eu quero o apoio de Lula para poder governar. Eu quero o apoio de Jerônimo pra poder governar. Na prática, a eleição nacionalizada. Como vou fazer uma eleição sem o governador ser o presidente da República só porque Elinaldo não quer ou porque Bruno Rei não quer. Nacionalizou nem Salvador, nacionalizou no Brasil inteiro. Por quê? Porque ter um projeto diferente governando o Brasil, que está mudando o Brasil. Ainda tem muita coisa pra fazer e vamos fazer. Então eu quero fazer isso. Eu estou lutando para estar cada vez mais alinhado com eles e não brigado com eles. Fiz campanha para Lula que eu fiz campanha para Jerônimo. Nós ajudamos a botar Lula presidente, ajudamos a eleger Jerônimo governador. Agora eu vou tirar [o apoio] só por que Bruno quer? Só por que Elinaldo quer? Geraldo [Júnior] em Salvador tem condição de crescer muito e ele vai vencer as eleições. Em Feira de Santana, Zé Neto. Em Vitória da Conquista, Waldenor. E na Bahia. Nós vamos fazer a maioria dos prefeitos da Bahia, do nosso time, digo de Lula, do time de Jerônimo. Não tenho dúvida disso. Bruno está errado, assim como está errada Elinaldo. Eles estão é com medo de que a campanha cada vez mais Lula esteja presente.

Nas eleições desse ano, PT vem lançando alguns nomes bastante conhecidos do eleitorado. O senhor aqui em Camaçari, o deputado federal Waldenor Pereira em Vitória da Conquista, Zé Neto em Feira de Santana. E muito vem se falando que o PT está com certa dificuldade em renovar seus quadros. O senhor acredito que realmente há essa dificuldade? Como o partido está para com isso internamente?

Luiz Caetano: Eu vou falar de Camaçari. Se eu tivesse como secretário de Estado, ainda falava do Estado. Nós não temos entra nesse problema que em Camaçari. Nós corrigimos isso lá atrás. Você pode pegar hoje e olhar os quadros nossos, como o vereador Tagner [Cerqueira], que, na munha opinião, é o grande vereador na Câmara [de vereadores de Camaçari] e um dos melhores do Brasil, faz um trabalho espetacular. A deputada federal Ivoneide Caetano. Olha o destaque que está sendo Ivoneide no Congresso Nacional. Ivoneide entrou no PT tem poucos anos. É um quadro novo do PT que nos orgulha muito. Uma mulher combativa, lutadora. O presidente [municipal] do PT, Márcio Neves, um grande quadro político, um jovem professor. E eu citaria aqui para com você diversos companheiros e companheiras jovens como Ellen [Valadares, presidente estadual do partido], diversos quadros políticos do nosso partido que tem crescido aqui em Camaçari. São vários quadros que nós temos aqui. Isso de fala não é ruim porque a gente esquece algum nome, mas Camaçari é um exemplo disso. Nós temos hoje uma campanha lindíssima, fortíssima. Qualquer pesquisa que você faça aqui a maioria da população quer votar em candidatos do PT da base aliada, porque tá vendo que o PT está renovado, é um PT que tem capacidade de lutar, mas tem capacidade de fazer gestão. Portanto, eu penso que em muitos lugares nós já conseguimos fazer essa renovação como conseguimos fazer [em Camaçari], mas é preciso apostar mais ainda nisso. O [senador Jaques] Wagner fala muito disso. O Wagner tem sempre uma opinião nesse sentido e uma postura de trabalhar para que o partido cada vez mais se renove, melhore cada vez mais. Em algum lugar no Brasil realmente ele continua ainda com dificuldade de renovação, mas eu penso que muitos lugares já conseguiram dar uma levantada.

Como é que está o PT para as eleições para a Câmara daqui de Camaçari? Quantos vereadores do seu partido eleger esse ano?

Luiz Caetano: Eu penso que a nossa base vai eleger a maioria dos vereadores. São 23 vereadores. No PT, por exemplo, nós temos candidato de vários segmentos religiosos, assim como na Federação [com o PV e o PCdoB]. Branca, nós temos ali também Pastor Antônio. Tem um plantel de candidatas mulheres. Eu penso não ter condição ter um time forte de novo. Qualquer pesquisa se faz aparecem vários nomes. Mas não é só o PT e os partidos da Federação. O PSD está com um bom plantel lá no PSD, o PSB também com o plantel, o Avante, o Solidariedade. Nós estamos com 120 bons candidatos e candidatas. Também se agregou ao nosso grupo político muitas lideranças que era com o prefeito. Nós tiramos de lá mais ou menos 110, 115 lideranças. O prefeito levou foram só três do nosso lado. Desses 115 a 120, nós temos mais ou menos 40 pré-candidatos que foram pré-candidatos lá com ele. Ampliamos a nossa aliança e muito na pré-campanha. Há uma expectativa de vitória muito grande no município de Camaçari da nossa parte. Então, eu penso que nós vamos ter condição de fazer a maioria dos vereadores na Câmara. No mínimo, 13 vereadores. Olha que número bonito. E, se trabalhar direitinho, podemos fazer até mais.

Para finalizar, vamos sair das eleições municipais. O senhor foi secretário de Relações Institucionais do governo de Jerônimo Rodrigues. Qual a analise do senhor desse período de gestão. Qual é a principal virtude dessa gestão e qual o principal “calo”?

Luiz Caetano: O Jerônimo está surpreendendo todo mundo. Ele nunca foi vereador, foi deputado, não foi prefeito, não foi vice-governador, mas ele está surpreendendo. Ele não para um dia, o cara tem um gás. Eu confesso que tenho saudade de estar sempre ali, junto com ele no dia a dia. Então, eu fiquei muito presente e sou testemunha da capacidade dele e do crescimento político que ele teve na campanha e do crescimento do ponto de vista de gestão. Na minha opinião, vai ser reeleito governador da Bahia. Tem uma boa relação com o governo nacional. Ele fez algumas viagens internacionais e em um ano e pouco meses de governo, ele fez algumas viagens. Olha aí a BYD que Jerônimo trouxe para cá junto com o Lula. Ele está trabalhando na industrialização da Bahia, mas está também trabalhando todos para a agricultura familiar, o agronegócio. Ou seja, tem sido operador de todos os setores da sociedade, entende? Então, eu penso que ele está surpreendendo, tem crescido, vai crescer mais ainda aqui e por lá. Tem um problema que é normal. Isso na política tem correlação com a Assembleia. Aqui e acolá, tem um problemazinho, mas é normal. Eu penso que nós conseguimos eleger um governador trabalhador, que é comprometido com a sociedade baiana, com os movimentos sociais, com os trabalhadores e o povo baiano.

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