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Educação

Para Mariana Costa, a decisão do Inep interfere na preparação dos candidatos (Foto: Joá Souza l Ag. A TARDE)Para Mariana Costa, a decisão do Inep interfere na preparação dos candidatos (Foto: Joá Souza l Ag. A TARDE)

Mais de 3.800 estudantes inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em Salvador não poderão fazer a avaliação no próximo fim de semana em razão das ocupações em seis colégios da capital definidos pelo Ministério da Educação (MEC) como locais de provas.

Os alunos lotados nesses espaços irão realizar o exame nos dias 3 e 4 de dezembro, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As ocupações são um protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os gastos da União pelos próximos 20 anos.

Em toda a Bahia, cerca de 30.600 inscritos não poderão fazer o exame pelo mesmo motivo. No estado, 42 escolas que vão sediar as provas estão atualmente ocupadas. Após Salvador, o município com o maior número de alunos afetados pela decisão é Ilhéus, com 3.019 distribuídos em duas escolas tomadas pelos estudantes.

De acordo com a assessoria de comunicação do Inep, a alteração não modifica o conteúdo da prova, que será “equivalente” à aplicada neste final de semana. O órgão garante, ainda, que o cronograma inicial do exame deste ano, que tem a divulgação das notas prevista para 19 de janeiro de 2017, também não sofrerá mais mudanças.

A não alteração do cronograma, segundo o Inep, vai permitir que as instituições que utilizam o Enem como processo seletivo não necessitem modificar as datas para início e término do ano letivo de 2017. O Inep informou, ainda, que a nova aplicação da prova será feita em tempo hábil para a utilização dos resultados no Sisu, Fies e Prouni.

Segundo o Ministério da Educação, os inscritos atingidos pelas ocupações começaram a ser avisados nesta terça-feira, 1º, por meio de SMS e e-mail. A intenção é que, até a próxima semana, todos os alunos sejam devidamente comunicados.

VEJA A LISTA DE ESCOLAS NA BAHIA QUE NÃO SERÃO MAIS LOCAL DE PROVA

Preparação

Entre estudantes da capital baiana que foram afetados pela mudança, a alteração da data da prova dividiu opiniões. Enquanto alguns defendem a ocupação como forma de protesto, outros se sentiram prejudicados.

Para Jaqueline Maia Gonçalves, 18 anos, que faria a prova no Pavilhão de Aulas (PAF) 1 da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o adiamento das provas se trata de uma “jogada política”.

“O Inep poderia conseguir outros locais para aplicar o exame, mas penso que a intenção do governo federal é jogar a sociedade contra os estudantes que estão ocupando as instituições”, afirmou a candidata, que pretende cursar psicologia.

Jaqueline destacou, ainda, que prefere “perder a prova do que perder os direitos se a PEC 241 for aprovada no Senado”.

A estudante Mariana de Oliveira Costa, 18, que faria exame no mesmo local que Jaqueline, não recebeu a notícia do adiamento com entusiasmo. Para ela, a decisão do Inep interfere na preparação dos candidatos.

“Me preparei este tempo todo, passei por um processo de estudo, fiz um planejamento e tinha a convicção de que faria a prova neste final de semana”, afirmou.

O professor de matemática do ensino médio, Maurício Carvalho, compartilha a opinião de Mariana Costa. Segundo ele, a mudança é prejudicial aos alunos, pois “quebra” uma preparação que, para muitos, teve início desde o primeiro ano do ensino médio.

No entanto, ele acredita que os estudantes que farão a prova posteriormente poderão utilizar o mês anterior ao exame para revisar os assuntos e reler conteúdos.

 

“Os alunos podem ver a mudança de forma positiva e utilizar esse tempo que resta até a prova a seu favor, revendo conteúdos que têm mais dificuldades”, orientou o professor.

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