Até recentemente, a dupla Michel Temer e Henrique Meirelles vinha se vangloriando de estar realizando um ajuste fiscal pelo lado da despesa, sem novos impostos.
O argumento era frágil pelo simples fato de que não há nenhum ajuste fiscal em curso no Brasil. Ao contrário.
Com a depressão econômica produzida pelo golpe com o "quanto pior, melhor" de 2015 e o fiasco da gestão Meirelles em 2016, a arrecadação desabou e o Brasil tem produzido os maiores rombos da história.
Só em novembro foram R$ 38 bilhões. Por isso mesmo, a dívida interna assumiu uma trajetória explosiva. Fechou 2016 em 71% do PIB e caminha para 76% do PIB em 2017.
Além disso, neste domingo, um dos principais articuladores do golpe, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reconheceu neste domingo que o governo federal, os governos estaduais e as prefeituras estão arruinadas.
Portanto, por mais que o governo tenha se tornado prisioneiro de seu discurso – o que faria o ajuste sem impostos – não haverá saída para as contas públicas sem medidas também pelo lado da receita.
Assim, uma previsão que pode ser feita para 2017 sem medo de errar é muito simples: neste ano, virão novos impostos. Muito provavelmente, a própria CPMF.
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