O Ministério Público da Bahia deflagrou na manhã desta terça-feira (6) a segunda etapa da “Operação Adsumus”, onde estão sendo cumpridos oito mandados de condução coercitiva nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas e Camaçari.
Os conduzidos deverão prestar esclarecimento em relação ao envolvimento em irregularidades na contratação de obras, locação de maquinário e realização de serviços públicos que causaram um prejuízo de mais de R$ 24 milhões aos cofres do município de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano. A operação, que tem o apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil, cumpre ainda mandados de busca e apreensão.
Em julho deste ano, o vice-prefeito de Santo Amaro, Leonardo Araújo Pacheco (PSB), foi preso preventivamente na própria casa. Além dele, foram detidos ainda os empresários Roberto Santana, Paulo Sérgio Vasconcelos, o secretário de obras, Luiz Eduardo e o servidor Diego Sales, da secretaria de educação do município, todos suspeitos de envolvimento nos esquema fraudulento.
Fraudes
Os crimes foram cometidos por uma organização que envolve empresários e agentes públicos da prefeitura de Santo Amaro. Apurações da Promotoria de Justiça descobriram que a organização criminosa nasceu dentro da Secretaria de Obras. Foi constatado, inclusive, que as ações eram implementadas com o aval do vice-prefeito do município.
Juntos, empresários e agentes públicos movimentaram milhões, desde 2011, em contratos de obras públicas que se arrastaram ao longo dos anos, com justificativas de prorrogações “forjadas”. O valor não foi informado.
A fraude consistia no favorecimento de um grupo de empresas para a compra de materiais e locação de máquinas, que seriam utilizadas nas obras prorrogadas indefinidamente sem justificativas plausíveis.
A partir das investigações, verificou-se intensa movimentação financeira concentrada pelas Empresas Grauthec Construtora Ltda, Oliveira Santana Construções, Serv. Bahia Locações de Máquinas e Equipamentos Ltda e Real Locações de Máquinas e Equipamentos Ltda. Elas venceram licitações para vultuosas obras ocorridas ao longo dos anos de 2011 e seguintes.
Também foi verificada a compra de materiais de construção, exclusivamente, na empresa Ayres Materiais de Construção Ltda.
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