Amanhã já será o feriado tão querido pelos pequenos, mas, essa alegria não está tão presente no comércio, que costuma ser o mais empolgado dos setores econômicos. Com estimativa negativa, lojistas se viram como podem para atrair o cliente, sejam por preços mais em conta, seja através de promoções, mas, ainda que as contas do feriado não tenham fechado, já calculam rendimento menor do que anos anteriores.
Uma dos principais estabelecimentos do gênero da Avenida Joana Angélica, a Jirayia oferta brinquedos que partem de um simplório pega-varetas vendido a menos de R$ 10 até os arrojados carros elétricos que chegam a custar R$ 3.000. Por conta da crise, este ano os consumidores estão agora buscando produtos que sejam mais em conta, e que caibam no bolso.
Segundo a gerente da loja Carine Sodré, tem sido constante para consumidores optarem por bonecas mais baratas, mas que guardam similaridade com outros modelos. “Nós temos uma Baby Alive, com valor acima de R$ 100, porém, há outras bonecas que são muito semelhantes que estão custando R$ 49. Dessa forma, o consumidor prefere levar duas ou três dessas bonecas, e presenteiam mais crianças”, explicou.
Para não espantar o cliente – que anda tão preocupado com quanto irá gastar em absolutamente qualquer compra – Carine explica que a loja ainda optou por absorver os 20% de custo maior dos brinquedos que adquiriu, sem repassar ao consumidor, e reduzindo a margem de retorno da empresa. Outra facilidade é o parcelamento das compras. “A gente sabe que o consumidor pesquisa antes de sair de casa, então optamos por fazer isso, para que ele não fique ainda mais receoso”.
Na Rua do Paraíso, entre a Moraria e a Avenida Sete de Setembro, outra loja tem incentivado a compra através das promoções. A Água Bella, está trabalhando com descontos através da compra em atacado. Segundo o gerente, Anderson da Silva esse tipo de compra é oferecida mais para outros lojistas de bairro que abastecem seus respectivos estabelecimentos com produtos da loja do centro, mas, durante este período, ela é aberta para os clientes em geral.
Dessa forma, uma boneca que custaria R$ 5, se fosse comprada em varejo, sai por R$ 3,80, se o consumidor optar por comprar seis unidades – uma ferramenta útil para um período tão conturbado. Essas promoções também ajudaram aqueles clientes que compram os brinquedos para fazer doação.
“Temos vários clientes desse gênero, que compram para fazer uma boa ação. Conseguimos inclusive fidelizá-los, e eles têm contribuído, trazendo novos consumidores também interessados na doação”, comentou o gerente.
Segundo Anderson, a loja reduziu o número de fornecedores que beiravam a 20, para 7 este ano. Ainda assim, o gerente crê em vendas 5% melhores do que o ano passado. Alguns itens mais caros do estoque, como o par de patins de R$ 199, tem saído com freqüência, assim como brinquedos relacionados a desenhos infantis. As figuras de ação baseadas nos filmes de super-heróis, por outro lado, sofreram queda de vendas.
Sindilojas
De acordo com o Sindicato dos Lojistas de Salvador (Sindilojas), a tendência é que o comércio sofra uma queda de 1% a 2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo o presidente do sindicato, Paulo Motta, a queda no consumo no Dia das Crianças segue o fenômeno que já havia sido evidenciado em outras datas importantes para o comércio, tal como o Dia das Mães, Dia dos Pais, e Páscoa.
“Por causa da situação política e econômica do País, o consumidor continua cauteloso, ele não sabe se continuará empregado, se pode gastar um pouco mais, então o comércio vem sentindo isso”, analisou Motta.
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