Em: 08/01/17 - 12:40
Editoria:
Bahia
O calor e o sol do verão de Salvador têm deixado as praias da capital cheias. E nesse fim de semana a praia de São Tomé de Paripe ganhou também a presença de banhistas mais que especiais com o projeto ParaPraia, que aconteceu neste sábado (7) e prossegue no domingo (8) no Subúrbio Ferroviário.
De acordo com a organização do projeto, mais de 40 pessoas com deficiência física participaram do banho de mar assistido, entre às 9h às 13h de hoje. O projeto consiste em um grupo de voluntários treinados, que ajudam os banhistas com deficiência física ou mobilidade reduzida a entrar no mar com segurança, conforto e assistência.
Essa foi a primeira edição que aconteceu na praia do Subúrbio Ferroviário. No local, foram disponibilizadas cadeiras anfíbias flutuantes para facilitar a locomoção no mar da pessoa com deficiência, assim como espaços para atividades recreativas, banheiros especiais, tendas e pistas de acesso.
O aposentado Moisés Ferreira dos Santos, 46 anos, chegou por volta das 10h30 na praia de São Tomé do Paripe e foi um dos deficientes físicos que aproveitou o projeto. "Foi maravilhoso! As cadeiras de rodas anfíbias e o atendimento foram bons, o pessoal também tinha um treinamento específico. Eu vim cedo, tomei banho, participei do projeto e depois fiquei aqui na praia mesmo", conta.
Idealizado e promovido pela Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Cidade Sustentável (SECIS), o projeto segue em Salvador até o dia 12 de fevereiro. A partir do próximo final de semana o programa, que está em sua quarta edição, passa a acontecer na praia de Ondina. A Braskem e o Salvador Shopping patrocinam o projeto, que é produzido pela Outros 500 Marketing e Nossa Agência Marketing e conta com o apoio técnico da Escola Bahiana de Medicina.
"A gente abre um edital para os voluntários, que podem ser alunos e professores da Escola Bahiana de Medicina, assim como pessoas da comunidade, egressos e profissionais de saúde. Depois, marcamos uma data onde acontece um treinamento não só do banho assistido, mas de como atender esse participante com necessidade de cuidados especiais para que ele se sinta acolhido e seguro durante o banho", esclarece Luciana Oliveira, coordenadora dos voluntários do ParaPraia.
A coordenadora dos voluntários explica que a duração de cada banho depende do banhista. Na edição de hoje, mais de 30 voluntários participaram do projeto, auxiliando nos banhos de mar. "Amanhã estamos esperando mais voluntários porque a gente acredita que a procura vai ser maior", afirma Luciana. No total, foram cerca de 100 pessoas treinadas para servir de voluntárias no projeto até fevereiro.
Para quem participou do ParaPraia neste sábado foi possível frequentar o Lounge da Braskem, que oferece conforto aos banhistas, água gelada e carregadores de celular, e do Chuveirão do Salvador Shopping. Além disso, o shopping também promoveu uma distribuição de protetor solar numa ação de combate ao câncer de pele. "Geralmente temos também outras opções de lazer e esporte. Amanhã mesmo deve ter vôlei sentado na praia", conta a coordenadora.
A psicóloga Adijeane Oliveira, 30, também participou do ParaPraia e foi só elogios a iniciativa. "É maravilhoso. Eles fazer com que as pessoas que não tem acessibilidade tenham a oportunidade de ir ao mar. Isso é excepcional. Nós tivemos uma dificuldade de chegar ao local, mas lá tudo foi maravilhoso", elogiou.
Adijeane é portadora do vírus HTLV, que causa a síndrome HAM-TSP, e vai paralisando os membros anteriores, e conta que essa é uma boa oportunidade para ter contato com o mar. "Eu gosto de ir a praia. Mas não é sempre que tenho pessoas para me levar e não consigo entrar na água sozinha. Com o projeto eu vou direto", afirma ela, que pretende participar novamente do ParaPraia na semana que vem.