A delegada Mariana Ouais, titular da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), concluiu nesta quarta-feira, 27, o inquérito sobre a morte do produtor de eventos e estudante Leonardo Moura. De acordo com ela, foi considerada a tese de que Leonardo teria morrido após cair de uma balaustrada no bairro do Rio Vermelho.
Com a conclusão do caso, o processo foi encaminhado para a Justiça no mesmo dia em que o estudante e produtor cultural completaria 31 anos. O advogado que representa a família de Leonardo, Leite Matos, contestou a decisão da delegada de encerrar o inquérito sem ouvi-lo.
"Eu me habilitei como advogado na semana passada, estive na delegacia e ela não pode me receber. Liguei (duas vezes) e ela não pode atender. Eu não acredito que ela encerrou o inquérito e sequer esteve comigo. Ela não recebeu o material (roupas e óculos de Leonardo) que eu disponibilizei e que era necessário para o inquérito", disse o defensor.
Leite Matos alega que as roupas que o estudante usava no dia estão limpas, contestando a versão que ele caiu em um esgoto, como foi dito pela Polícia Civil. Além disso, os óculos de Leonardo também estão intactos, apesar da suposta queda, afirma o advogado.
Ele ainda tem fotografias de Leonardo após ser internado no Hospital Geral do Estado (HGE), revelando ferimentos nos olhos e braços do rapaz, que, segundo Leite Matos, seriam condizentes com a versão de que o rapaz foi agredido.
"Se ele se jogou, ok. Não estou dizendo que não, mas apresente as testemunhas que viram isso. Porque não fazer uma perícia na roupa dele?", questionado o advogado, que também pede a divulgação das câmeras de segurança da região para mostrar o trajeto de Leonardo entre a boate e o local onde ele foi encontrado inconsciente.
Investigação
De acordo com a Polícia Civil, foram ouvidas 14 testemunhas durante o inquérito, entre socorristas, policiais militares, familiares, moradores da região e a médica do HGE que prestou o primeiro atendimento ao rapaz. Segundo a polícia, a médica teria dito que Leonardo apresentava lesões aparentes condizentes com o relato de que ele teria caído.
Leonardo estaria sujo de areia e com escoriações simétricas e discretas, sem sangramento aparente e sem se queixar de dor, segundo a Polícia Civil. A médica também teria dito que as lesões nos olhos do estudante é compatível com uma pancada após cair de rosto voltado para a areia, conforme três testemunhas teriam relatado para a delegada.
"Não existem imagens no local onde ele caiu, mas as informações coletadas, principalmente as testemunhas e os profissionais de saúde, são suficientes para fecharmos o caso", disse a delegada, conforme nota divulgada pela assessoria da Polícia Civil.
O advogado da família de Leonardo contou que pretende procurar o Ministério Público. "Se a conclusão demonstrar que realmente foi investigado e que descobriu os culpados, eu vou me dar por satisfeito. Mas, se não descobriu, vou ter que entregar tudo ao MP", afirmou.
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