Maio, o mês mais chuvoso do ano, começou trazendo prejuízos para Salvador. Na manhã desta terça-feira (3), parte da lona que cobre os quiosques da Praça Caramuru, antigo Mercado do Peixe, cedeu. Chovia no momento do incidente e apenas um restaurante estava funcionando, com cerca de 30 clientes, quando as lonas se soltaram. Por conta disso, cinco estabelecimentos ficarão fechados por pelo menos 24 horas para reparos e perícia.
Segundo Marcílio Bastos, secretário municipal de manutenção (Seman), foi um vento forte que provocou o arrancamento da lona por volta das 8h. Alguns cabos se partiram, causando a queda de toras de madeira que seguram a estrutura.
De acordo com testemunhas, por conta da chuva, a água começou a acumular em partes onde a lona ainda estava tencionada e foi necessário fazer buracos para evitar que toda a cobertura caísse.
O local foi reaberto e a estrutura inaugurada em março deste ano. "Essa lona foi colocada recentemente e tem garantia. A empresa que instalou já foi acionada. Logo quando a informação chegou, viemos para o local e fizemos o isolamento", explicou Marcílio.
A empresa Nova Era, responsável pela obra, fará a remoção da lona e, por conta disso, os quiosques Country Grill Café, Auge da Baiana, Pai Inácio, Tô em Casa e Caminho de Casa ficarão fechados por 24 horas. "De qualquer forma, a estrutura vai ser periciada para que a empresa faça a correção sem nenhum prejuízo para a prefeitura e que não volte a ocorrer esse tipo de problema", completou o secretário.
Ainda não há previsão para a instalação de uma nova estrutura. Ainda de acordo com Marcílio, a lona tem garantia de dois anos e fundação deveria aguentar um vento de até 130 km/h. Ele acredita que o material recebeu uma carga maior do que já estava previsto e por isso rasgou.
Para os parâmetros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o vento na capital nas últimas horas foi considerado fraco, com a observação às 21h de segunda-feira (2) e às 9h de hoje, na estação meteorológica de Ondina. Pela noite o vento chegou a 12 km/h e hoje pela manhã foram registrados 2,5 km/h.
Susto
Os quiosques da praça iniciam o funcionamento às 10h, mas na manhã de hoje o Country Grill Café foi aberto mais cedo para oferecer um café da manhã para um grupo de 30 pessoas. Segundo a garçonete Ticiana Cerqueira Barreto, 27 anos, o café já tinha terminado e as pessoas
estavam se arrumando para sair quando ouviram o barulho dos cabos de aço que se partiram.
"Começou a tremer tudo. Os suportes de madeira foram caindo e eu fiquei com medo de cair também em cima do quiosque. Saiu todo mundo correndo e foi um desespero", conta Ticiane.
O proprietário do estabelecimento, Antônio Barreto, disse que ainda não tem dimensão do prejuízo que terá enquanto o local ficar fechado. O mesmo grupo que estava no momento do acidente deveria voltar ao local para o almoço, mas a refeição será transferida para outro local.
O barulho dos cabos partidos também assustou os pescadores que ficam na Colônia do Rio Vermelho. Eles estavam distraídos e chegaram a pensar que se tratava de um raio. "Saiu todo mundo correndo com medo. Foi rápido e assustador", lembra o pescador Almir Albergaria, 61.
Os quiosques Pipa Caranguejo e Cantina da Lua ficam em uma área que não foi afetada, mas ainda estão decidindo se manterão o funcionamento. O demais quiosques ainda estão em obras e não devem ser afetados pela interdição. A Praça Caramuru tem 11 quiosques. Destes, sete estão funcionando atualmente e os outros ainda estão em reforma. A reforma do espaço custou R$ 4 milhões.
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