Manifestação contra a presidente, governo e PT reuniu milhares de pessoas ano passado (Foto: Margarida Neide | Ag. A TARDE 12.04.2015)
O pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois que as investigações da Lava Jato atingiram o ex-presidente e sua família, a piora da economia e as dificuldades do governo em solucionar a crise política e econômica servirão de combustível para os movimentos antigoverno que vão, neste domingo, 13, ao Farol da Barra, às 10 horas, pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Desta vez, os protestos organizados por grupos como a seccional baiana da Ordem dos Médicos do Brasil (OMB-BA), Vem pra Rua, Nas Ruas e Movimento Brasil Livre ganham a adesão de parlamentares de partidos de oposição que defendem a saída da presidente, como o PSDB, DEM, PPS e o Solidariedade.
A estimativa do médico Cesar Leite, coordenador do OMB-BA e líder do Vem pra Rua, é que 20 mil pessoas se incorporem aos protestos. Na última grande manifestação contra o governo, em 15 de março do ano passado, menos de 10 mil baianos foram à orla da Barra.
Um mini trio servirá de palanque para os apoiadores do movimento se manifestarem. Por volta do meio dia, todos seguirão em caminhada até o Morro do Cristo, quando haverá um "aplaudidaço" em apoio ao juiz Sérgio Moro, à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF).
"Os últimos acontecimentos da Lava Jato aceleraram o movimento pró-impeachment, sobretudo depois dos ataques desferidos por Lula contra Moro, a PF e o MP", declarou César Leite. "Ninguém pode bater em instituições que estão trabalhando pelo País".
Adesões
No caso de haver adesão maciça, neste domingo, em todo o Brasil - a previsão de organizadores é que 7 milhões de pessoas irão às ruas, contra cerca de 3 milhões no ano passado -, a consultoria política Arko Advice acredita que a presidente Dilma não terá escapatória. Será forçada a buscar alternativas institucionais para sair da crise, sob o risco de aumentar a pressão pelo impeachment e comprometer, ainda mais, a credibilidade do seu governo junto aseus aliados.
Se a adesão for baixa, porém, a consultoria prevê que o governo ganharia tempo para uma eventual saída e uma melhor convivência com aliados rebeldes, como o PMDB, que estaria mais cauteloso em relação ao impeachment.
Mas não é o que pensa o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), que, segundo ele, estará com a família "na linha de frente" da manifestação do Farol da Barra, protestando contra o governo Dilma.
"Defendo o afastamento da presidente com impeachment, com renúncia ou por decisão do TSE. Não importa. A questão maior é credibilidade, e isso a presidente já não tem", declarou o parlamentar, que participou, em Brasília, das reuniões que selaram a parceria dos movimentos populares pró-impeachment com deputados da oposição.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy, que depois do protesto em Salvador segue para São Paulo, onde se incorpora ao ato na Avenida Paulista, classificou as manifestações como um "casamento entre a vontade popular e a resposta política", que, afirma ele, será dada no parlamento segundo as normas constitucionais.
"Nós vamos aplaudir a Lava Jato e manifestar nossa indignação com o governo, que felizmente chegou ao fim", disse o tucano, também favorável ao afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reú no processo da Lava Jato.
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