Com certeza, se fosse no Brasil, sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro, ele diria "não vem ao caso". Mas, como as investigações sobre as relações criminosas entre a Fifa e a CBF se desenrolam nos Estados Unidos e têm repercussão mundial, dificilmente acabarão em "pizza" os indícios que apontam a Rede Globo como peça fundamental em um esquemão internacional de corrupção no futebol.
Em depoimento ao FBI, o argentino Alejandro Burzaco, ex-presidente da empresa Torneos Y Competencias, garante ter documentos que comprovam o pagamento, pela Globo, de propina de US$ 15 milhões pelos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030. As acusações inserem a família Marinho em uma organização criminosa de alcance global.
Principal protagonista, na mídia, do golpe jurídico-parlamentar-midiático do ano passado, com um discurso de defesa da moralidade e do combate à corrupção, a Rede Globo, que apoiou a ditadura civil militar (1964-1985) e só quase 50 anos depois pediu desculpas à nação, não sabe o que dizer sobre as graves denúncias.
COMPLICAÇÕES
Parlamentares, juristas, advogados, cientistas políticos e jornalistas afirmam que, se comprovadas as denúncias, irão pedir a cassação da concessão, com base na legislação brasileira.
Para complicar ainda mais a situação, o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, está fechando acordo de delação com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o que coloca a Globo no epicentro do furacão. Sem dúvida, o depoimento dele pode empurrar para o precipício o maior grupo de comunicação do Brasil, que já enfrenta séria crise financeira.
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