Alguns narram a visão do inferno: “Eu entrei em pânico”. “Eu vi a morte de perto”. Outros, descrevem o oposto. “Foi incrível!”. “Lindo demais”. “Um espetáculo”. Mas, todos devem concordar: um fenômeno gigantesco atravessou o mar de gente e ancorou na passarela do Circuito Orlando Tapajós, anteontem, na Barra. A polêmica pipoca de Léo Santana, no Furdunço, mostrou que o gigante não é grande só no tamanho. Será que ele vai ser o dono dessa festa?
Conheceremos a resposta nos próximos dias. O fato é que quase todos estavam ali para ver um jovem cantor negro, alto (2 m) e forte (110kg), jeito de adolescente, e que até pouco tempo usava aparelho ortodôntico. “Um homem poderoso que arrasta a massa”, definiu nas redes sociais o jornalista Tedson Souza, que produz uma tese de doutorado sobre o pagode baiano. “O Verão é de Léo Santana”, profetizava um mês atrás Osmar Martins, o Marrom, colunista do CORREIO, no programa Fuzuê, da Bahia FM.Aos 28 anos, Léo Santana atinge o auge da carreira e pode ser o nome do Carnaval e do Verão. Neste pré-Carnaval, ele passou longe de fazer apenas figuração nos ensaios dos outros. O seu próprio, o Baile da Santinha, esgotou os 20 mil ingressos em cada uma das quatro edições. Público de gente grande. Veio o Furdunço e Léo entrou de vez na disputa para ser a maior estrela da maior festa de rua do mundo.
Nada menos que seis ou sete músicas tocadas nos seus ensaios viraram hits. Estão na boca de uns e infernizando o ouvido de outros. Tem Taco Taco, Maravilhosa é Ela, Abana, Uma Tal de Toma, Incendeia, Bumbum no Paredão e, o carro-chefe, Santinha. Quem ainda não ouviu a história da santinha que perdeu o juízo tomando o combo de bebida? Das duas uma: ou é surdo ou vive em outro mundo. “Abastece que ela desce, dé desce, dé desce, desce, dé desce, dé desce, desce!”.
Rebolation
Ou seja, o cantor do Rebolation deixou definitivamente de ser artista de uma música só. Há oito anos, no Carnaval de 2009, Rebolation fazia Léo estourar. “Mas na época do Rebolation, a música era maior que o artista. Hoje, o artista é outro, muito mais maduro. O artista é tão grande quanto suas músicas”, diz Marcelo Brito, uma das pessoas que estão por trás do sucesso de Léo Santana. Grande, não, Marcelo. Gigante.
Empresário do cantor desde a época do Parangolé, sócio da Salvador Produções, Marcelo acredita que o amadurecimento musical de Léo e o sucesso do seu ensaio de Verão provocaram o boom do Gigante, como Léo sempre foi chamado pelos amigos. “Tivemos o saque de um ensaio temático e criamos o Baile da Santinha. Léo tá dando uma virada de jogo ao superar Rebolation”, diz o empresário, há dez anos cuidando da carreira do artista. “Ele está começando a consolidar sua trajetória”, afirma.
Até o próprio Gigante sabe que cresceu. “Quando o Rebolation aconteceu, eu era um garoto, mas já sabia o que queria. O Rebolation me deu ‘régua e compasso’. O Rebolation foi sem duvida um divisor de águas na vida e na carreira de Léo Santana”, disse Léo, em entrevista exclusiva ao CORREIO. A namorada recém-assumida, a dançarina Lorena Improta, destaca a humildade e o caráter gigantescos de Léo.
Lore, que teria dado vários “tocos” no namorado antes de oficializar a relação, disse que, mais do que tudo, Léo tem um coração maior do que ele. “Ele é muito humilde. Conversamos ontem (domingo) sobre o Furdunço. Ele estava muito emocionado. Ele disse: ‘Nossa! As pessoas estavam ali por minha causa’”, revela Lorena, cujo o número de seguidores no Instagram pulou de 850 mil para 1,2 milhão depois que assumiu o namoro.