A cantora Márcia Castro foi substituída pela paulista Tássia Reis no trio "Respeita as Minas", programado para a segunda-feira (27) de Carnaval no Campo Grande, segundo confirmou nesta segunda-feira (20) a Maré Produções, que está à frente do bloco. A produtora não confirma o que motivou a troca, mas informações de bastidores apontam que a substituição foi motivada pelo questionamento do nome de Márcia Castro por parte de coletivos feministas da capital.
Sem cordas, o trio é da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), com objetivo de divulgar a campanha "Respeita as Minas" e promover conscientização sobre a violência contra as mulheres. Vão cantar no trio, ainda, MC Carol e Larissa Luz.
O nome de Márcia Castro foi questionado porque ela postou ao lado de Fael Primeiro, músico baiano que foi acusado de abusar de uma jovem de Salvador. "Um gigante na música, na arte e na alma", escreveu ela na época, em fevereiro de 2016.
Na página da Maré Produções, internautas deixaram suas queixas na época em que Márcia Castro foi anunciada como atração. "Como Respeitar as Minas escolhendo Márcia Castro? Não temos o que conversar. MC colocou em dúvida o relato de inúmeras mulheres que denunciaram um amigo dela como estuprador. Não há conversa com quem coloca (ou produz) ela num bloco que chama Respeita as Mina", foi um dos comentários. A Maré respondeu: "Tivemos conhecimento e tomaremos providências".
O CORREIO tentou entrar em contato com Márcia Castro para comentar o assunto, mas não conseguiu.
Caso
O músico Rafael Vinícius Santana de Jesus, o Fael Primeiro, foi acusado de abuso sexual por um post no Facebook. Na época, muitas mulheres compartilharam relatos de abusos com a hashtag "MeuAmigoSecreto". A denúncia foi um dos fatores que levou ao fim do Bemba Trio, formado por Fael, Russo Passapusso e DJ Raiz.
Por falta de provas, a acusadora respondeu por calúnia, precisando cumprir pena alternativa por três meses. Na época, a jovem usou as redes sociais para afirma que apesar da ação penal ela não reconhecia culpa no caso, mas resolveu não enfrentar um processo "longo e doloroso". "Eu não fui julgada, o que houve foi uma audiência de conciliação e não aceitamos nem propomos nenhum acordo com a parte contrária (não há acordo para o que aconteceu comigo e com minha amiga). Logo, NÃO FOI PROVADO QUE COMETI ALGUM CRIME", escreveu.
< Anterior | Próximo > |
---|