Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE) mostra que a ceia de Natal deste ano deve ser 10,19% mais cara este ano na comparação com 2015. Entre os itens que causaram maior impacto no aumento de preço estão o azeite (17,52%), o vinho (16,95%) e as frutas frescas (16,91%). Se você deixou as compras para a última hora, não se desespere. Para ajudar o leitor a organizar uma ceia que se adeque ao seu bolso, o CORREIO convidou três chefs famosos na cidade para elaborar opções de cardápios para uma ceia para quatro pessoas. Os valores variam entre R$ 100, R$ 250 e R$ 350.
Agora, nada de sair apressado levando tudo o que encontra pela frente no supermercado. Para economizar ao máximo sem perder no sabor, a nutricionista da rede de supermercado GBarbosa Ione Câmara recomenda planejamento na hora de comprar os itens da ceia.
Além de evitar desperdícios, vai impedir que você seja surpreendido pela falta de algum item durante o preparo da comida. “Não dá para sair comprando para depois ver o que vai usar. É preciso pensar e estabelecer o cardápio para depois ir às compras. Com o cardápio na mão, é hora de pesquisar os melhores preços e promoções”, sugere.
E ela ressalta que é possível fazer uma confraternização saborosa por até R$ 100, realizando substituições de pratos. “Dá para substituir o peru pelo frango, caprichando na receita e usar as frutas e verduras da estação, que devem ser compradas na véspera ou no dia, para não correr riscos de estragar, além de preferir produtos nacionais”, destaca.
Menu de Natal
O cardápio da ceia por até R$ 100 foi elaborado pela cozinheira e blogueira Kátia Najara, do Pitéu_Cozinhafetiva. “A parte mais cara da ceia geralmente é a ave. Ou seja, o peru, chester, fiesta, etc. Na nossa ceia, para economizar, optamos por pegar apenas o peito de peru, que sai mais em conta, e pode ser temperado pela própria dona de casa”.
E é essa estratégia utilizada pela maioria dos consumidores. Na tentativa de economizar, cada vez mais o peru está perdendo o glamour que sempre ostentou na noite de Natal. Na casa da doceira Railda da Conceição, o personagem principal da ceia vai ser o Fiesta, e ela confessa que nem sente falta do tradicional peru de Natal na mesa. “O que não pode faltar é a ceia, mas o peru pode. Vamos levar o Fiesta mesmo que vai ficar todo mundo feliz do mesmo jeito. Com essa crise toda a gente tem mesmo é que economizar”, afirma.
A primeira parcela do décimo terceiro já terminou há muito tempo, outro motivo para apertar os cintos na hora de garantir os ingredientes da ceia natalina. Além de substituir itens da ceia por outros mais baratos, outra opção é apostar na ceia colaborativa, onde cada familiar leva um dos pratos, evitando que a conta pese muito para o anfitrião.
“Só vou gastar, no máximo, R$ 100. Por isso, cada um da família vai levar um prato para garantir a economia. Por isso que é bom ter família grande, porque cada um dá um pouquinho e quando vê a mesa está cheia de coisas”, comemora Railda.
O bancário Euclides Fagundes também foi mais um dos que passou direto pelo freezer onde estavam os perus. Na tentativa de fugir do preço mais salgado, quando comparado ao Fiesta - quando a diferença média por quilo pode chegar a quase R$ 5 – também pensa em gastar menos na ceia deste ano.
“O importante mesmo é celebrar com a família”, diz o bancário. Com a expectativa de casa cheia na noite de Natal, Euclides comprou duas peças da ave temperada. “Estou indo pra Ilha com a família e a gente deve receber mais de dez pessoas. Tem que viver a tradição”, destaca.
Gasto menor
E para garantir a festa em um ano ainda de recessão, muitos consumidores pretendem gastar menos. Segundo o levantamento do FGV/IBRE sobre intenção de compras, os resultados deste ano são ligeiramente melhores do que no ano passado, mas ainda muito fracos em termos históricos: mais da metade dos consumidores pretendem gastar menos do que o ano passado (57,7%), enquanto apenas 5,4% desejam gastar mais.
Em 2015, estes percentuais eram de 61,5% e 5,6%, respectivamente. O resultado mostra ainda que, apesar de uma ligeira melhora da intenção de compras no período, o comerciante deve se preparar para um resultado muito aquém do observado em anos de vacas gordas, ou melhor, de peru recheado.
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Ceia de Natal para 4 pessoas (Foto: Angeluci Figueiredo | Arquivo Correio)
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