Ofensas a características físicas, piadas e apelidos maldosos. Atitudes como essas, frequentemente vistas como "brincadeiras" e comuns no ambiente escolar, são na verdade formas de bullying que tem o dia mundial de combate amanhã.
Cerca de 23% dos brasileiros declararam já ter sofrido bullying, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) de 2019, ano do último levantamento. No Brasil, a Lei n° 13.185/2015 criou o Programa de Combate ao Bullying para prevenir a prática. A legislação define bullying como "ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar ou agredir, causando dor e angústia, em uma relação de desequilíbrio de poder entre os envolvidas”.
Os principais tipos incluem o verbal, que envolve apelidos, xingamentos e insultos; o físico, caracterizado por empurrões, socos, chutes e tapas; o moral, que ocorre através de difamações, calúnias ou espalhamento de rumores; e o psicológico, que envolve exclusão, isolamento, perseguição, intimidação, chantagem, manipulação, ameaças e discriminação. No ambiente online, a prática é chamada cyberbullying.
Segundo a psicóloga Fernanda Lago, “do ponto de vista emocional, é comum que a vítima desenvolva sintomas como ansiedade, depressão e baixa autoestima”. “Nos casos mais extremos, se não for tratado com a devida atenção, pode acontecer os comportamentos autodestrutivos e as vezes até autodestrutivos, como se cortar, tomar medicação, ficar em casa e até suicídio”. Segundo ela, na escola os primeiros sinais envolvem agressões físicas, insultos e a exclusão social.
A psicopedagoga Solange Argolo destaca a importância dos professores que precisam estar atentos aos alunos e criar um ambiente escolar seguro, conversar com as famílias dos alunos para que todos trabalhem juntos. “O corpo pedagógico precisa ser capacitado, porque a gestão emocional também passa pelo corpo docente.”, disse ela que defende a implementação da educação socioemocional para ajudar os alunos a nomear e reconhecer seus sentimentos e no diálogo com os pais.
No caso dos agressores, a escola deve oferecer acompanhamento psicológico individualizado, buscando identificar as causas do comportamento violento e desenvolver habilidades como empatia e respeito.
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