A disputa histórica pelo segundo turno em Camaçari mobiliza lideranças políticas de peso na Bahia, com governista e oposicionista se enfrentando em uma eleição decisiva para o futuro dos grupos no estado (Foto: Divulgação)
Pela primeira vez na história de Camaçari, a eleição para a prefeitura será decidida em segundo turno. A disputa entre Luiz Caetano (PT) e Flávio Matos (União) já mobiliza os grupos liderados pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) e pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União). Além da grande relevância econômica da cidade - dona do quinto maior PIB do Nordeste e do maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul –, o resultado deste segundo turno é fundamental para os dois lados e pode dizer qual deles, de fato, saiu vitorioso nas Eleições 2024 no estado.
O resultado do primeiro turno foi definido matematicamente às 23h55 do último domingo (6), tornando os eleitores de Camaçari os últimos do Brasil a conhecerem o resultado das urnas. Com 100% das seções apuradas pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), Caetano alcançou 49,52% dos votos válidos (77.926), enquanto Flávio Matos obteve 49,17% (77.367). Em um determinado momento da apuração, a diferença entre eles era de apenas 20 votos. Ao final, 559 votos separam os dois candidatos, o que acirra ainda mais a disputa nesta reta final.
A batalha pelo segundo turno não será apenas entre os candidatos, mas entre seus grupos políticos. Camaçari vai ser a personificação do ringue entre a base governista e oposicionista nas eleições de 2024 na Bahia. A base do governador Jerônimo Rodrigues conquistou 310 das 417 prefeituras - isso sem incluir os prefeitos eleitos pelo PP, mas que pertencem à base governista. Apesar disso, entre as 10 maiores cidades do estado, o grupo ficou com apenas Juazeiro e Itabuna. Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Lauro de Freitas, Barreiras, Ilhéus elegeram candidatos do União Brasil. Enquanto Porto Seguro, do PL. Camaçari é fundamental para o governador. Não à toa, ele está tentando a vinda do presidente Lula para o município.
A estratégia de Flávio e Caetano é justamente colar seus nomes à imagem dos times que representam. Logo no primeiro dia de campanha, cada um já postou em suas redes sociais vídeos com os principais nomes de seus partidos. Flávio com Bruno Reis e ACM Neto, e Caetano com Jerônimo Rodrigues.
A campanha de Caetano
Em entrevista Metro1, Caetano (PT) expressou otimismo para o segundo turno, destacando justamente o apoio dos caciques de seu grupo. "Eu já conversei com o governador Jerônimo Rodrigues, ele está junto com a gente, assim como os senadores Otto Alencar e Jaques Wagner e o ministro Rui Costa", disse o candidato, que já foi prefeito de Camaçari três vezes. Caetano também mencionou o fortalecimento de sua base legislativa, com a eleição de oito vereadores das 23 cadeiras na Câmara, o que, segundo ele, reforça sua conexão com o povo. A estratégia de sua campanha para o segundo turno inclui ações de rua e maior proximidade com os eleitores.
A campanha de Flávio Matos
Já Flávio Matos (União Brasil) conta com o apoio de prefeitos de cidades-chave da Região Metropolitana de Salvador (RMS), além da participação ativa de ACM Neto e outros membros do União Brasil. Vão ajudar na campanha os prefeitos Bruno Reis, reeleito em Salvador; Dinha Tolentino, que elegeu seu aliado, Del, em Simões Filho; Dr. Pitágoras, que elegeu seu aliado, Eriton Ramos, em Candeias; Carlinhos Matos, reeleito em Riachão do Jacuípe; além de Elinaldo Araújo, prefeito de Camaçari. A reportagem tentou contato com a equipe de Flávio Matos, mas não obteve retorno.
A disputa por alianças
Os outros quatro candidatos que participaram do segundo turno também podem fazer diferença. Juntos, Oswaldinho (MDB), Cleiton Pereira (Novo), Cleiton Santos (PCO) e Lazinho (PMB) somaram 2.062 votos. Até o momento, nenhum deles declarou apoio oficial a Caetano ou a Flávio.
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