LADRÕES DISFARÇADOS - Nos últimos dias, enquanto o time vermelho continuou mostrando força nas ruas, quatro homens foram flagrados furtando material de campanha do comandante da agremiação vermelha, Luiz Caetano (PT) (Foto: Print/Montagem/Redação CFF)
Existe um ditado popular segundo o qual “no amor e na guerra vale tudo”. Só não vale 'dedo no olho'. Em Camaçari, essa máxima foi atualizada para “no amor, na guerra e na política vale tudo”, acrescida de que vale inclusive 'dedo no olho'. Feliz ou infelizmente, pelo menos até aqui, na política local os episódios tristes e absurdos estão sendo protagonizados pelo mesmo grupo, ou seja, por apenas um dos lados.
De cara, no primeiro dia de campanha oficial tivemos a cidade sendo coberta de milhares de adesivos com o nome, número e rosto da mesma dupla, afinal de contas, dinheiro não seria problema. Nem as placas de sinalização de trânsito foram respeitadas. Muito menos muros de escolas públicas, totens, postes de iluminação e mais, muito mais.
Dias antes, um militante da "Juventude Azul" identificado como Felipe Lira foi preso em flagrante na calada da noite, distribuindo conteúdo difamatório contra o principal adversário do grupo que o detido defende, Luiz Caetano (PT).
Somando a isso, veio o caso do ônibus elétrico vindo de São Paulo, alugado pela prefeitura, da empresa DZSET, conhecida prestadora de serviços da gestão municipal, mas divulgado como se tivesse sido comprado com recursos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e fizesse parte de uma suposta nova frota municipal.
Como se não bastasse a mentira e a tentativa deslavada de enganar a população, o candidato do prefeito gravou um vídeo de campanha no qual aparece dentro desse mesmo ônibus, sentado ao votante e prometendo 30 novos ônibus elétricos, o que configura uso de patrimônio público para fins eleitorais, conduta ilegal, pelo menos para o Tribunal Reional Eleitoral (TRE).
Como se por castigo, enquanto tudo isso acontecia do lado azul, o lado vermelho continuou subindo nas pesquisas, para números que apontam uma vitória com mais de 53% dos votos, já no primeiro turno.
Nos últimos dias, enquanto o “time vermelho” continuou mostrando força nas ruas, quatro homens foram flagrados furtando material de campanha do comandante da agremiação vermelha, Luiz Caetano (PT), vestindo camisa e boné vermelhos, em um veículo modelo Fiat Toro, com adesivos do PT, para confundir quem os vissem fazendo "o estranho trabalho", já que o natural seria aumentar e não retirar das ruas o material de propaganda do candidato.
Segundo o boletim de ocorrência, um dos criminosos que tentavam se passar por militantes petistas é servidor comissionado da Prefeitura de Camaçari, Manoel Vitor Peruna, que ocupa o cargo de Assessor Especial do Executivo, com salário superior a R$ 10 mil. Manoel também é apontado militante da campanha de Flávio Matos.
Dias antes do furto de material se concretizar, o perfil Subcelebrities Camaçari publicou um áudio do mesmo jovem preso distribuindo material difamatório contra o candidato petista, e sugerindo o furto daqueles mesmos materiais e garantindo que a ideia era boa e daria certo.
Após o áudio viralizar na cidade, Lira gravou um vídeo acusando o PT de usar “inteligência artificial” para forjar sua voz. O jovem só esqueceu que áudios produzidos com inteligência artificial não têm eco e nem ruídos de fundo, como era o caso da gravação divulgada.
Para quem acompanha o jogo político, nada disso surpreende: faz parte da cartilha da extrema direita, da cartilha bolsonarista que é apoiada e apoiadora do candidato do prefeito Elinaldo.
Para essas pessoas, não é sobre fazer política. É sobre meter o dedo no olho do concorrente sem a menor cerimônia mesmo sabendo que "isso não pode". Mas para esse pessoal, vale tudo: enganar a população, mentir, sujar a cidade, produzir fake news, fingir, furtar material de campanha do adversário, e o demais que não se tem conhecimento… Tudo para se manter no poder a qualquer preço. E mesmo assim, em cima dos palanques falando em Deus e usando a palavra “verdade” como slogan.
Mas a verdade, a verdade mesmo, é que a árvore é conhecida pelos seus frutos. E os frutos estão aí expostos para a população decidir se quer colher ou não.
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Flagrante de entrega de cestas-básicas; caminhonete plotada com o 13 estranhamente retirando material de campanha do candidato do PT das ruas (Foto: Print/Montagem/Redação CFF)
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