Uma mulher de 22 anos foi presa no Paraná sob suspeita de desviar R$ 179 mil da conta bancária do próprio avô, e usar o dinheiro para apostar no "Jogo do Tigrinho", como é conhecido o jogo de azar online Fortune Tiger. As informações são de Estadão Conteúdo.
A suspeita foi presa na última quinta-feira, 27, em Jussara, no noroeste do estado. Segundo a Polícia Civil, ela teria feito 59 saques e transferências usando o cartão e senha do avô. Os desvios aconteceram no segundo semestre de 2023, conforme informou a polícia. A maior parte do dinheiro teria sido usada no jogo, conforme mostram os extratos.
A mulher negou as acusações e disse à polícia que não sabe como o valor foi debitado de sua conta e usado no jogo. A defesa dela não foi encontrada para se posicionar sobre o caso.
O delegado responsável pela investigação, Carlos Gabriel, informou que foram analisadas imagens de câmeras de monitoramento da agência bancária, que registraram a mulher fazendo as transferências, justificando a prisão preventiva.
Jogo do Tigrinho
O jogo Fortune Tiger, que é conhecido no Brasil como "Jogo do Tigrinho", é um tipo de cassino virtual, com apostas em dinheiro, que promete ganho fácil e rápido. No entanto, a plataforma tem sido alvo de tentativas de golpes para se aproveitar dos apostadores.
A Polícia Civil de São Paulo investiga, por meio da 3ª Delegacia do Departamento de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil, a atuação de organizações criminosas por trás dos jogos de cassino online. De acordo com a polícia, já existem mais de 500 boletins de ocorrência registrados, conforme o Estadão Conteúdo.
O jogo começou a ser promovido por influenciadores digitais em suas páginas de redes sociais. Em vídeos, eles simulam estar ganhando dinheiro rápido e fácil com o jogo, o que não acontece de fato.
Entre os influenciadores, até crianças de idades entre 6 e 7 anos estariam sendo pagas para fazer propaganda dos cassinos online. O caso foi denunciado ao Ministério Público de São Paulo no último dia 17 pelo Instituto Alana, organização voltada aos direitos das crianças.
A Secretaria de Segurança Pública informou que a prática envolve supostos crimes contra o consumidor, contra a relação de consumo, contra a economia popular, lavagem de dinheiro e contravenção penal por divulgar em redes sociais jogos de azar.
Transtorno reconhecido pela OMS
O vício em jogos de apostas é um transtorno reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa é que de 1% a 1 3% da população tenha problemas patológicos relacionados ao hábito.
Entre os sinais de alerta estão:
Necessidade crescente de apostar, com valores cada vez maiores;
Alteração de humor (irritabilidade, agitação ou tédio) quando tenta interromper o ciclo de apostas;
Insucesso no controle das apostas, com tentativas repetidas e frustradas de largar o vício;
Pensamento e planejamento constantes sobre os próximos atos de apostar;
Angústia, tristeza ou ansiedade ao tentar se divertir ou sentir prazer sem apostar;
Pensamento irreal de que tem a capacidade de “recuperar o prejuízo” com mais apostas;
Mentiras: comportamento antissocial e negação do problema, com tentativas de tentar minimizar a frequência das apostas até para pessoas próximas;
Comportamento de risco: arrisca aspectos e relações importantes da vida como finanças, emprego, progresso acadêmico ou relacionamento afetivo em favor das apostas;
Falência: depende de outras fontes de renda para sustentar o vício.
*Com informações de Estadão Conteúdo
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