São Paulo – O Google, da Alphabet, concordou em encerrar uma ação judicial após admitir que rastreava secretamente o uso da internet por milhões de pessoas que pensavam estar navegando de forma privada.
Após a empresa assumir que recolhia os dados, a juíza distrital dos Estados Unidos Yvonne Gonzalez Rogers, da Califórnia, suspendeu na quinta-feira (28) um julgamento agendado para 5 de fevereiro de 2024, depois que os advogados do Google e dos consumidores disseram que haviam chegado a um acordo preliminar, segundo a agência Reuters.
Os demandantes alegaram que as análises, os cookies e os aplicativos do Google permitem que a unidade Alphabet rastreie suas atividades mesmo quando eles configuram o navegador Chrome, do Google, para o modo “anônimo” e outros navegadores para o modo de navegação “privado”.
Ajuizado em 2020, o processo cobria “milhões” de usuários do Google, desde 1º de junho de 2016, e buscava pelo menos US$ 5 bilhões (R$ 26,2 bilhões) em danos por usuário por violações das leis federais de escuta telefônica e das leis de privacidade da Califórnia.
Com a obtenção de todos esses dados, o Google se transformou em um “tesouro incontável de informações”, aprendendo de tudo sobre os usuários: amigos, hobbies, comidas favoritas, hábitos de compra e “coisas potencialmente embaraçosas” que procuram on-line.
Neste mês, a Justiça da Rússia determinou que o Google pague uma multa de 4,6 bilhões de rublos (R$ 245 milhões) por não ter excluído informações falsas sobre o conflito na Ucrânia.
Aba anônima
Para quem desconhece a janela/aba anônima, esse modo de navegação privada foi desenvolvido para não salvar os dados do usuário no navegador. Assim, quem quer abrir alguma rede social em PC compartilhado ou acessar aquele outro site com “X” no nome, pode usar o modo anônimo para não salvar o histórico, cookies ou não deixar uma conta logada.
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O Google Chrome faz isso normalmente, porém, a sua criadora ainda rastreava e registrava algumas atividades para gerar dados para o Google Ads e monitorar o tráfego nas páginas. Depois, essas informações eram ligadas ao perfil do usuário no Chrome. Traduzindo, o Google seguia usando as páginas anônimas para lucrar com anúncios. Isso era feito, pelo menos, desde junho de 2016.
*Com Reuters, Sputnik Brasil e Tecnoblog
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