Nesta segunda-feira (04), milhares de estudantes universitários de Camaçari foram às ruas em protesto contra a decisão do prefeito Elinaldo Araújo de suspender o transporte universitário. A medida, anunciada de forma abrupta, afetou diretamente os estudantes que dependem do benefício para frequentar as universidades e cursos técnicos, gerando uma onda de indignação na cidade.
Durante o protesto pacífico, estudantes de diferentes cursos e instituições expressaram sua indignação com a medida. Em entrevista ao programa Fala Povo, eles pediram a revogação imediata da suspensão do transporte universitário e expuseram as dificuldades enfrentadas pela decisão.
“Prefeito, eu gostaria que o senhor se conscientizasse, porque a sua filha já foi usuária do transporte universitário de Camaçari. Hoje o senhor, de uma forma arbitrária, chega com a demanda na sexta-feira e tira o transporte de todos os estudantes. Não temos condições de acessar a universidade, porque não temos dinheiro para manter o que estão nos cobrando,” desabafou uma estudante, ressaltando a contradição entre a decisão do prefeito e a necessidade dos estudantes.
Outra universitária, com deficiência visual e aluna de Biologia na Universidade Federal da Bahia, também fez um apelo direto ao prefeito: “Eu gostaria de pedir para o prefeito, como estudante de Biologia da Federal com deficiência visual, que já passa por diversas adversidades, que revogue essa decisão. Precisamos fazer provas, precisamos trabalhar e precisamos lutar para continuar existindo.”
Outro estudante, que está no sexto semestre do curso, destacou o impacto acadêmico da medida: “No sexto semestre, eu não posso perder o meu semestre. No ano que vem, terei que repetir o mesmo semestre porque o prefeito, por ser vergonhoso, tirou o ônibus da gente.”
A insatisfação com o corte do transporte, que é um direito garantido há décadas, também trouxe um apelo à responsabilidade pública do prefeito, como afirmou um manifestante: “Elinaldo, os estudantes universitários precisam fazer suas provas, precisam ir para suas aulas. Não temos condições de arcar com os custos. A cidade não é sua casa. A cidade pertence ao povo. Todo poder emana do povo e está na Constituição. A transição de governo tem que ser pacífica. Você deve respeitar isso. Perdeu democraticamente e todo o transporte, todo o serviço básico deve ser mantido até o final do mandato.”
A manifestação, começou em frente à prefeitura e foi até o Viaduto dos Trabalhadores, onde foi marcada também pela "queima do Judas", um ato simbólico de repúdio, em que bonecos representando o prefeito Elinaldo e seus aliados Jamessom e Flávio Matos foram queimados sob fortes gritos de protesto.
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