Após sete anos de abandono, a Cidade do Saber, um dos principais equipamentos culturais e educacionais de Camaçari, foi reaberta pela prefeitura nesta segunda-feira (23), em uma cerimônia marcada por apresentações culturais e discursos políticos. A reabertura acontece às vésperas da eleição, o que gerou críticas pela demora em devolver o equipamento à comunidade.
De acordo com dados da prefeitura, a “requalificação” do espaço, como está sendo chamada a
obra, custou cerca de R$ 8 milhões. Entre as 'melhorias', estão a construção de quiosques multiuso, novos vestiários, reforma da piscina semiolímpica e intervenções no sistema elétrico e na acessibilidade do complexo.
Apesar da requalificação, muitos moradores questionam o longo abandono do espaço, que esteve praticamente inativo por anos, prejudicando a população que dependia de suas atividades culturais, educativas e esportivas. A reabertura, próxima às eleições, levantou suspeitas sobre o motivo de a obra ter sido concluída neste momento.
Durante a cerimônia, o prefeito Elinaldo Araújo (União) destacou que a requalificação do espaço é um "presente de aniversário" para Camaçari, que completa 266 anos no dia 28 de setembro. "Camaçari tem uma identidade cultural potente, e nosso compromisso é garantir que essa diversidade se fortaleça a cada dia", disse o gestor, que, sem ficar vermelho pelo tratamento que deu ao equipamento por todo esse tempo, só conseguiu citar dois investimentos feitos em editais e concursos culturais, como "A Voz de Camaçari" e "Fotografe Camaçari", na lista de ações de valorização da cultura.
A secretária da Cultura, Márcia Tude, se sem se dar conta do reconhecimento que faz ao autor do lugar, Luiz Caetano (PT), não se sabe, também reconheceu a importância da Cidade do Saber para a população. "Cultura é vida, esporte é saúde, e educação é necessidade básica. Aqui, nesse complexo, a gente aprende com a comunidade a importância de cuidar um do outro", afirmou, destacando a requalificação do espaço, especialmente em relação à acessibilidade.
Joselene Cardim, secretária da Infraestrutura, falou sobre as intervenções realizadas pela pasta. "Esse é o resultado de uma luta diária e que muito vai transformar a vida das pessoas. Muitos artistas já passaram por aqui, continuam passando, e teremos ainda muito mais", destacou.
Moradores que participaram da reinauguração também expressaram suas opiniões. Sarah da Silva, 27 anos, moradora do bairro Lama Preta, que já foi aluna de música e boxe na Cidade do Saber no passado, falou sobre a importância da reabertura: "Voltar a frequentar esse espaço, com todas essas novidades, é algo magnífico. Porque a nossa comunidade precisa disso, de mais oportunidades".
A massoterapeuta Marília Dini, 39 anos, mãe de Matheus Araújo, de 8 anos, que se apresentou no evento com o grupo de Capoeira Regional Bimbaê, destacou a relevância da reabertura do espaço para a comunidade. "É uma satisfação saber que agora vamos ter a Cidade do Saber de volta, com as atividades retomadas", disse.
Apesar do otimismo demonstrado por alguns, a reabertura do complexo também gerou críticas. Após anos de abandono, muitos veem o evento como uma tentativa de angariar apoio eleitoral, especialmente devido ao timing da inauguração, a poucos dias das eleições municipais e com as pesquisas apontando a derrota do candidato apoiado pelo prefeito.
Agora, com a Cidade do Saber finalmente reaberta, a expectativa é de que o espaço volte a ser um centro de referência em educação, cultura e lazer para a população, que sempre foi a proposta para que o lugar foi criado. No entanto, essa é uma tarefa que vai ficar para o próximo prefeito, afinal é impossível fazer em três meses o que não foi feito em quase oito anos.
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