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Atualmente, a orquestra é composta por 30 integrantes (Foto: Millena Marques)Atualmente, a orquestra é composta por 30 integrantes (Foto: Millena Marques)

A música comove, transmite emoções humanas, atravessa gerações e é objeto de transformação há séculos. No projeto Filarmônica Ambiental, a arte dá sentido e oportunidade de mudança para a vida de 30 crianças e adolescentes, entre quatro a 18 anos, na zona rural do distrito de Barra do Pojuca, em Camaçari. Fundada em 1996 pelo maestro Fred Dantas e sua ex-esposa, o projeto proporciona educação e cidadania por meio da prática musical de forma gratuita, em três dias da semana: segunda, quarta e sexta.

 

A orquestra é formada por instrumentos de sopro e percussão, como flautas, clarinete trompas, trompetes, trombones, saxofones, trompas, tubas, caixa, bombo e pratos. Antes mantida pelo próprio fundador e pelo apoio do antigo projeto católico Ágata Esmeralda, hoje Conexão Vida, a filarmônica é sustentada graças ao apoio da empresa Bahia Control.

Quando Dantas e a ex-esposa, a museóloga aposentada Mirna Brito, compraram o terreno na década de 80, talvez não imaginassem a história que seria construída na região. Ao longo dos seus 27 anos de existência, a filarmônica formou cerca de 1000 alunos e, até hoje, é sinal de transformação de vidas.

Aos 14 anos, Maria Eduarda Moreira da Silva encontrou no clarinete uma nova paixão. Assim como a maioria dos alunos da orquestra, teve o primeiro contato com o instrumento no projeto, responsável por formar mais três integrantes de sua família: duas primas e uma tia. "A filarmônica é um projeto muito bom. Nos ensina a caminhar pela natureza, a cuidar mais do meio ambiente e a amar mais as pessoas. A gente aprende muito mais com amor, coração e música", diz.

O contato com a natureza e fomento pela preservação ambiental citado por Maria, carinhosamente conhecida como Duda pelos colegas, é um dos pilares da filarmônica. As aulas ministradas por Dantas possui um ritual já conhecido pela comunidade: a visita às nascentes da zona rural onde a sede do programa está localizada. O trajeto percorrido até os pontos é feito a pé, com direito a músicas específicas para cada nascente.

"Aqui eles desenvolvem uma existência disciplinada, com responsabilidade sobre o meio ambiente. O grupo toca nessas quatro nascentes: Água de Deus, O Lugar do Jacaré, Água da Vovó e a Lagoa do Rio Fundo, que está dentro do território da nossa sede. São canções regionais, que fortalecem a cultura local", afirma Dantas.

Movido pela arte, Weyk Raylan, 16, reconhece a oportunidade de aprimorar os talentos – e descobrir novos – durante a passagem pelo projeto. O adolescente, que tem como ídolos Djavan, Jorge Vercillo e Zé Ramalho, é aluno de Dantas desde os 8 anos e sonha em viver da música. "Eu sou apaixonado por arte, mas quero viver da música como clarinetista e cantor", disse o jovem, que gosta de cantar Música Popular Brasileira (MPB) e toca clarinete há mais de três anos.

A formação musical de Weyk Raylan alcança o irmão mais novo, de 8 anos, que já sonha em seguir os passos do mais velho. "Ele me pede todos os dias para participar do projeto, é encantado por tudo, e eu sempre digo que a hora dele vai chegar".

O espaço também é um local de amadurecimento do luto, visualização de novas perspectivas após perdas dolorosas e construção de uma rede de apoio. Foi por meio do contato com o trombone que Caio Freitas, 15, encontrou forças para seguir após a morte da mãe, no final do ano passado. "A música mudou a minha vida. Os ensaios e as apresentações que nós fazemos me ajudaram muito nesse momento", relata.

Na Filarmônica Ambiental, a música é apresentada como uma ferramenta socioeducativa, que possibilita uma extensão de possibilidades. Utilizá-la como objeto de trabalho é uma delas, no entanto, não é a principal intenção do projeto. "Nem todo aqui vai viver de música, mas certamente serão seres humanos melhores por meio dela. Os meninos aprendem a ter responsabilidade e a desempenhar a sua função de uma forma muito clara", afirma Dantas.

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