As mulheres ganham 19,7% menos do que os homens na Bahia, em análise feita com base em empresas com 100 ou mais funcionários. Os dados foram divulgados no 2° Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, publicado na quarta-feira, 18, pelos Ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres.
A diretora de Programa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Luciana Nakamura, explica que a igualdade salarial está prevista na CLT desde 1943, mas que “não é cumprida pelas empresas”. “E as mulheres continuam ainda excluídas do mercado de trabalho”, argumentou. Segundo ela, o MTE não quer punir as empresas. “Queremos que elas olhem para as desigualdades salariais entre homens e mulheres, e possam promover um ambiente de igualdade”, afirmou.
Já a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, defendeu o enfrentamento constante das desigualdades das mulheres no mercado de trabalho. “Salário da mulher não é completo de salário dos homens. Elas não são as pessoas do mimimi, elas são as trabalhadoras. Por isso, precisamos enfrentar essas desigualdades”, afirmou.
Cenário nacional
A falta de equidade salarial entre mulheres negras e homens não negros é bem acentuada nos dados gerais do país. Elas ganham, em média, R$ 2.745,26 — apenas 50,2% do salário de homens não negros, que chega a R$ 5.464,29.
“As mulheres negras estão concentradas na base da pirâmide, principalmente serviços domésticos, serviços de limpeza, serviços de alimentação, de saúde básica, nos serviços públicos e nas atividades de gerenciamento e direção”, ressalta Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do MTE.
Confira os índices de desigualdades salariais por estado:
Acre – 9,7%
Alagoas – 10,7%
Amapá – 12,3%
Amazonas – 20,5%
Bahia – 19,7%
Ceará – 9,7%
Distrito Federal – 11,1%
Espírito Santo – 29,2%
Goiás – 22,7%
Maranhão – 15,7%
Minas Gerais – 24,9%
Mato Grosso – 27,7%
Mato Grosso do Sul – 27,1%
Roraima – 18,7%
Rondônia – 21,5%
Rio Grande do Norte – 19,5%
Paraíba – 15,4%
Pernambuco – 9,9%
Pará – 15,6%
Paraná – 29,1%
Piauí – 12,6%
Rio de Janeiro – 27,3%
Rio Grande do Sul – 20,8%
Santa Catarina – 28,3%
Sergipe – 16%
São Paulo – 21,6%
Tocantins – 18,7%
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