Doze pessoas envolvidas no esquema de desvio de doações de dinheiro a programa televisivo de emissora de Salvador foram denunciadas à Justiça pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), na última sexta-feira, 9. Segundo o MP-BA, no esquema, que ficou conhecido como “golpe do Pix”, os denunciados arrecadavam as doações, com a finalidade de destiná-las às vítimas que tinham seus dramas pessoais expostos em programa televisivo. No entanto, o grupo ficava com a maior parte do montante.
Através de nota, o MP-BA destacou que as investigações identificaram, até o momento, a atuação do grupo entre 2022 e 2023, por um ano e cinco meses. “Neste período, eles teriam arrecadado mais de R$ 540 mil em doações e se apropriado de 75% do montante, cerca de R$ 410 mil. Apenas R$ 135.945,71 foi devidamente repassado às vítimas”, afirma.
Ainda de acordo com as investigações, diz o MP-BA, os denunciados, para ocultar a origem ilícita dos valores apropriados das doações que se destinavam às vítimas, realizaram diversas movimentações fragmentadas e atípicas, as quais configuram o crime de lavagem e ocultação de valores.
“Em apenas um dos casos exibidos no programa, foi arrecadado com as doações um total de R$ 64.127,44, sendo que os integrantes da associação criminosa se apropriaram de R$ 57.591,26 e repassaram àqueles que tiveram seu drama exposto na TV o valor de R$ 6.536,18”, ressaltou o MP-BA.
A denúncia do Ministério Público relata que “o grupo, de forma consciente e devidamente ajustada, associou-se para cometer crimes contra pessoas em estado de vulnerabilidade social. O grupo arrecadava as doações e destinava às vítimas a menor parte do volume arrecadado por meio de chaves pix exibidas na tela da televisão. Após cada programa, os valores arrecadados eram distribuídos a partir das contas que recepcionavam as doações, por seus respectivos titulares, e conforme as orientações dos líderes do grupo, que ficavam com a maior parte do dinheiro”.
Ainda de acordo com o MP-BA as 12 pessoas foram denunciadas pelos crimes de associação criminosa e apropriação indébita.
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