A lama de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco, em Mariana (Minas Gerais) pode ter chegado ao sul da Bahia, na região do arquipélago de Abrolhos. A informação foi divulgada pela presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Marilene Ramos, nesta quinta-feira, 7, durante uma entrevista coletiva em Brasília. Abrolhos é um dos principais santuários brasileiros de flora e fauna marinhos.
"Hoje fizemos um sobrevoo na região das praias do sul da Bahia e do parque de Abrolhos e já registramos a presença de lama que, pelo aspecto visual, pela forma que foi avistada nesse sobrevoo, tudo indica que seja a própria mancha, bastante diluída, que está se estendendo ao longo do litoral do Espírito Santo", disse Marilene.
O "desvio de rota" foi possivelmente ocasionado por um intenso vento sul que se observou na região na última semana. Os testes para confirmar a origem do material devem ficar prontos em 10 dias, informou Marilene.
Segundo ela, a Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP Billiton, foi notificada para iniciar a coleta de amostrar na região para conhecer a origem da mancha identificada no local.
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cláudio Maretti, que também esteve na coletiva, confirmou dizendo que "muito provavelmente" a lama é aquela oriunda do desastre em Minas Gerais. "A observação de campo dá indícios da conclusão de que, muito provavelmente, está ligado à lama do Rio Doce", disse.
Os sedimentos podem impactar a biodiversidade de fitoplâncton, algas e corais de Abrolhos. "Ter essa lama no mar é como colocar uma camada de fumaça em cima da Mata Atlântica", comparou Cláudio.
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