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Autor da carta, coronel Giovani Pasiani, e revisor, coronel Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, foram identificados a partir de análise de dados do tenente-coronel Mauro Cid.Autor da carta, coronel Giovani Pasiani, e revisor, coronel Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, foram identificados a partir de análise de dados do tenente-coronel Mauro Cid.

A Polícia Federal identificou os militares da ativa que redigiram uma carta apócrifa que circulou nas Forças Armadas para tentar coagir a cúpula militar a aderir ao golpe estruturado e colocado em marcha pela organização criminosa comandada por Jair Bolsonaro (PL).

Segundo informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, que teve acesso ao relatório da PF, a carta golpista foi escrita pelo coronel gaúcho Giovani Pasani e revisada pelo coronel Alexandre Castilho Bitencourt da Silva.

O texto tinha como principal objetivo pressionar o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, a aderir ao golpe e incitar os subordinados a encamparem as fileiras do golpe.

Os autores foram identificados a partir da análise do computador e das contas do tenente-coronel Mauro Cid, que recebeu o documento na noite de 28 de novembro de 2022.

No outro dia, a carta passou a circular nos grupos de WhasApp, incitando a horda bolsonarista a pressionar os chamados "generais-melancias" - verde por fora e vermelho por dentro.

Formando na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1997, Pasiani chegou a se candidatar a deputado estadual no Rio Grande do Sul pelo Patriota em 2022 - não foi eleito. Após a campanha, ele voltou ao Exército e, em seguida, entrou para a reserva.

Nas rede, Pasiani ainda divulga materiais de influenciadores bolsonaristas e fake news sobre as urnas eletrônicas, além de atacar o governo Lula.

Bitencourt segue no Exército e foi condecorada, em fevereiro de 2023, com com passador de ouro —medalha entregue aos oficiais que completam 30 anos de bons serviços prestados.

A carta

Na "carta dos oficiais da ativa ao Comando do Exército", a facção criminosa buscava coagir os militares que não haviam aderido ao golpismo.

"É natural e justificável que o povo brasileiro esteja se sentindo indefeso, intimidado, de mãos atadas e busque nas FFAA [Forças Armadas], os ‘reais guardiões’ de nossa Constituição, o amparo para suas preocupações e solução para suas angústias", diz trecho.

O documento afirmava ainda ser importante que "os Poderes e Instituições da União assumam os seus papéis constitucionais previstos em lei e em prol da pacificação política, econômica e social, especialmente para a manutenção da Garantia da Lei e da Ordem e da preservação dos poderes constitucionais, respeitando o pacto federativo previsto na regra basilar de fundação da República", dizendo que os militares estão "sempre prontos para cumprir suas missões constitucionais" e que os soldados "colocam os objetivos nacionais sempre em primeiro plano, desprezando quaisquer interesses pessoais".

"Covardia, injustiça e fraqueza são os atributos mais abominados para um Soldado. Nossa nação, aquela que entrega os maiores índices de confiança às Forças Armadas, sabe que seus militares não a abandonarão", diz o texto, na tentativa desesperada de coagir os militares ao golpe.

 

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