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Opinião

Você e o seu sorriso lindoVocê e o seu sorriso lindo

Era maio de 2001. De mim mesmo eu não pensava assim, mas perto de mim não faltou, de familiar à amigos, quem julgasse que eu não iria muito longe. Nunca houve quem me dissesse nada diretamente sobre isso, mas a atitude de algumas dessas pessoas não me deixava dúvida. Mas, é preciso reconhecer, o quadro era mesmo desalentador: infecção urinaria a cada 6 meses, de me deixar dias e dias mal; tremores praticamente diários, e enrijecimento do corpo, de me travar o pescoço a ponto de me comprometer a fala em alguns momentos; bexiga disfuncional, intestinos disfuncionais, e para ajudar, uma escara nas costas, de caber uma mão dentro, que abatia a alma de qualquer vivente que a vise, que me acompanhava havia já três anos, quando você apareceu. E chegou para ficar. À despeito de todas as expectativas contrarias, chegou para ficar.

Mas, vamos combinar, vendo aquela menina magrinha, com 21 anos, uma pirralha, toda envergonhada, ainda com medo de gente, e sabendo de mim como acabo de descrever, eu também tive dúvidas de que você fosse segurar a barra. Mas segurou. E não somente aprendeu os cuidados que se precisa ter com um cara de quase 2 metros de altura e tetraplégico, mas aprendeu também a se fazer gigante para defendê-lo nas vezes que houvesse essa necessidade. Todavia uma coisa muito me inquietava, é preciso confessar, e acho que no mínimo devia azucrinar a mente dum monte de gente, que era o fato de que não se tratava dum cara rico ou que tivesse alguma grana que inspirasse qualquer segurança ao futuro duma menina, ainda por cima dotada de estrema beleza, e ainda no começo de sua juventude. Até me lembro duma pessoa de entre os seus, que te tentou fazer recuar, te dizendo que “um aleijado não era futuro pra ninguém”. Mas você não lhe deu ouvidos, determinada que estava. Então, porquê? Daí, nos vendo juntos hoje, 23 anos depois, e contrariando todas as expectativas, a pergunta não é por quê, mas para que tudo aconteceu como aconteceu?

Eu porém não sei se por causa do trabalho que Deus tem me trazido a fazer no coração do Seu povo - do que não cabe citação qualquer aqui, e do que você é quem bem sabe, se tem estado lado a lado comigo diuturnamente, sabendo Ele que se não ocorresse como ocorreu provavelmente eu não tivesse resistido e não estivesse aqui para contar a história, trabalho que muito alegra o meu coração, à parte da tristeza que sinto quando diante de gente que não teme desprezá-Lo; mas fato é que agora digo eu a você, que valeu muito a pena eu não ter me deixado levar pelas tantas perguntas que no início tanto me fiz, sobre o que poderia ter trazido aquela menina a enfrentar tantas barreiras por causa dum cara nas minhas condições, o que por pouco não me fez desviar de você. E aqui estamos.

Porém, apesar da tamanha timidez e aparente medo de tudo, vendo você acatar o comando para que dirigisse aquele carro, não tendo antes você jamais triscado no volante dum automóvel e fazendo como você fez, vi que estava ali ao meu lado uma menina que certamente não somente venceria a timidez, mas se tornaria numa mulher sem igual. E hoje, me encho de orgulho e sem medida alegria por não ter errado sobre você apesar dos meus temores, porém não por que hoje te vejo fazer com um carro como se ele fosse uma extensão de teu corpo; e não por que você encasquetou que estudaria para se tornar numa técnica de enfermagem com canudo e tudo, como se tornou; e não por que você se transformou administradora da empresa que fundamos, dominando a burocracia documental como eu nunca consegui fazer; e não por que vejo como aquela pós adolescente assustada se tornou o orgulho de todos na sua família; como também não porque você, mesmo não tendo solução médica para minha bexiga e intestinos disfuncionais, continua aqui; nem pela escara que você, vencendo a timidez, tanto mexeu que conseguiu em Salvador – que aqui em Camaçari, mesmo com você subindo e descendo por sete longos anos, e mesmo com toda 'amizade', com as quais pensávamos que podíamos contar, não nos foi possível, à parte daquela boa alma que te indicou aquele médico da Capital, até que você conseguiu a cirurgia que me (digo nos) livrou daquele sofrimento, e dos curativos diários que, diga-se de passagem, você aprendeu a fazer 'natoralmente', me indicando que aquilo só podia ser coisa vinda da parte de Deus; mas sim por que você não desistiu de mim lá atrás. Por isso eu estou gritando ao mundo que tenho uma esposa enviada pelo mais alto Céu [Perfeita? Não. Como perfeito eu estou longe de ser. Isso dito para satisfazer quem, desconfiado com tanta virtude, torça o nariz. Aliás, sobre os defeitos dela e os meus também, a quem possa interessar, sugiro depois ler O Calundu].

E hoje, aproveitando para te dirigir todo pedido de perdão que eu devo te dirigir, aqui recordando do seu abuso, por meses, para que te permitisse tatuar meu nome em suas costas, e do sonho que Jesus me deu me mandando casar legalmente com você, agora dona Mônica Pereira Nogueira Franco – o que nos atesta que sim, veio mesmo da parte d’Ele nós nos encontrarmos, e lembrando do estado físico do Franco da época e das condições em que fomos viver juntos, eu duro, com um carro alugado e numa casa também alugada, e não somente isso, mas com minhas roupas dentro duma caixa de papelão, e do quanto você sofreu juntinho comigo mas de mim não abriu mão, e ouvindo você na noite passada, 23 anos depois, e tendo a Lua como testemunha - ah, e sem nem sombra de infecção urinária alguma quase desde lá até cá, olhando para mim em cima dessa cadeira-de-rodas, me dizendo que Tudo Valeu a Pena, pedindo ao Pai que me torne uma pessoa melhor e merecedora de você a cada dia, assim como te mantenha crescendo na busca por Ele cada vez mais, não tinha como não te fazer essa homenagem.

Feliz aniversário para nós, Mônica, meu amor, meu presente de Deus.

Antônio Franco Nogueira – te amando por tudo, diante do Criador

À baixo algumas fotos de muitos bons momentos nosso por aí à fora, para coroar a sua homenagem:

Enfim, sua insistida tauagem...Enfim, sua insistida tauagem...

Primeiros dias, você, pirralha. Que pirralha que nada...Primeiros dias, você, pirralha. Que pirralha que nada...

O Começo da PromeessaO Começo da Promeessa

Hotel Côco BeatchHotel Côco Beatch

Pousada em Sítio do Conde - o que deu para arranjar, mas foi muito bomPousada em Sítio do Conde - o que deu para arranjar, mas foi muito bom

Em MaragogipeEm Maragogipe

Pousada em Estância - Sergipe - graças a Deus que esqueci o nome - o pior café da manhã 'do mundo'.Pousada em Estância - Sergipe - graças a Deus que esqueci o nome - o pior café da manhã 'do mundo'.

Chamego, em IlhéusChamego, em Ilhéus

Praia de Atalaia - Aracaju.jpgPraia de Atalaia - Aracaju.jpg

Sítio Monte Gordo, mais de duas décadas depois, admirando a LuaSítio Monte Gordo, mais de duas décadas depois, admirando a Lua

E como não podia faltar - 7 anos depois de tanta luta, celebrando com familiares nossos, em fim em nossa casa, o sucesso da cirurgia da escara. Que Deus te abençoe sempreE como não podia faltar - 7 anos depois de tanta luta, celebrando com familiares nossos, em fim em nossa casa, o sucesso da cirurgia da escara. Que Deus te abençoe sempre

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