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Lula na 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima (Foto: Ricardo Stuckert) Lula na 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima (Foto: Ricardo Stuckert)

"Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável". Este é o lema definido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em setembro de 2023, ao assumir simbolicamente em Nova Delhi, na Índia, a presidência do G20, grupo composto pelas 19 maiores economias do mundo, União Europeia e, agora, a União Africana.

Desde dezembro do ano passado o bloco está oficialmente sob o comando do governo brasileiro, que vem inovando com iniciativas e projetos inéditos para deixar um legado histórico de participação social às próximas gestões do grupo.

E não há como falar de "um mundo justo" e de "um planeta sustentável" sem colocar como prioridade os povos indígenas, alvos históricos das injustiças praticadas pelo mundo ocidental e guardiões maiores das florestas que ainda restam no planeta.

Neste sentido, a presidência brasileira do G20, entre inúmeras outras ações, passará a produzir conteúdos em idiomas indígenas em seu site oficial, realizará eventos com representantes dos povos originários e buscará colocar essa população no centro das discussões globais que envolvem o bloco.

A ideia é que, sob o comando brasileiro, os povos indígenas façam parte da construção de políticas e deliberações a serem trabalhadas pelas maiores economias do mundo - até porque os principais desafios do G20 envolvem diretamente as comunidades tradicionais.

"O Brasil vai colocar os indígenas no G20", afirmou, ainda sem dar detalhes, um representante do governo brasileiro em conversa com a reportagem da Fórum.

Não à toa. As prioridades definidas pela presidência brasileira do G20 ao longo de sua gestão são inclusão social e o combate à fome; transição energética e o desenvolvimento sustentável em três vertentes (social, econômica e ambiental); e reforma das instituições de governança global. É impossível tratar essas temáticas de forma coerente se os povos indígenas forem limitados a meros ouvintes e espectadores.

A expectativa é que, com a concretização da produção de conteúdos em línguas indígenas, o Brasil deixe um legado positivo para a África do Sul, próximo país a assumir a presidência do bloco e que conta com dezenas de idiomas tradicionais.

Textos, vídeos, reportagens e boletins de rádio em línguas dos povos originários brasileiros estão entre os planos da presidência brasileira do G20, que se encerra em novembro desde ano com a cúpula do bloco, reunindo chefes de Estado de todos os países integrantes, que será realizada no Rio de Janeiro.

Biodiversidade linguística

Levando em consideração que o desenvolvimento sustentável está entre as prioridades do G20 sob a presidência brasileira, valorizar os idiomas indígenas se torna indispensável para preservar estratégias ancestrais de preservação das florestas. É o que argumenta Altaci Corrêa Rubim Kokama, ou Tataiya Kokama - seu nome de nascimento.

Primeira professora indígena da Universidade de Brasília (UnB), Altaci é pesquisadora do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas do Instituto de Letras da instituição, co-presidente do Grupo de Trabalho Global da Década das Línguas Indígenas na Unesco e coordenadora-geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas.  

Ela foi a responsável por escrever o primeiro artigo na língua Kokama, idioma que faz parte da família Tupi-Guarani, tronco Tupi, no site oficial do G20. Também há versão em português do texto disponível na página.

"A diversidade linguística é fundamental para a conservação da diversidade biológica no planeta. O Brasil, que está entre os 10 países com maior diversidade linguística, é também o país com a maior biodiversidade do mundo. São mais de 116 mil espécies animais e mais de 46 mil espécies de vegetais conhecidas no País, espalhadas pelos seis biomas terrestres e três grandes ecossistemas marinhos. Os ancestrais dos povos originários que vivem no atual território brasileiro vêm trabalhando de forma contínua e consistente em biomas do território há pelo menos 6 mil anos", diz um trecho do artigo.  

"Nas línguas indígenas estão presentes inventários das espécies, sistemas de classificação, narrativas etiológicas e principalmente, formas de manejo da diversidade, tecnologia fundamental para a preservação e biorestauração do meio ambiente. A perda linguística implica em perda de conhecimento decisivo ao enfrentamento da crise climática e ambiental contemporânea", prossegue a pesquisadora.

O povo Kokama, atualmente, está distribuído por comunidades no alto e médio rio Solimões no estado do Amazonas, onde nasceu a professora Altacia.

Leia AQUI o artigo em português e confira AQUI a versão em Kokama.

O que é o G20

Criado em 1999, o G20 é o grupo é formado por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia. Para esta cúpula, também foram convidados Bangladesh, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Ilhas Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos e Singapura. O grupo responde conjuntamente por cerca de 80% do PIB mundial e 75% do comércio internacional, além de dois terços da população e 60% do território do planeta.

O Brasil assumiu oficialmente a presidência do G20 em 1º de dezembro de 2023 e liderará o bloco até 30 de novembro de 2024. Ao longo deste período, Lula deverá organizar mais de 100 reuniões oficiais, que incluem cerca de 20 reuniões ministeriais, 50 reuniões de alto nível e eventos paralelos. O principal evento será a 19ª Cúpula de chefes de Estado e governo do G20, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

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