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Campanha 'Não é Não' reforça combate ao assédio no Carnaval (Foto: Lgjúnior/Wikimedia Commons)Campanha 'Não é Não' reforça combate ao assédio no Carnaval (Foto: Lgjúnior/Wikimedia Commons)

Apesar do Carnaval ser um momento de festa para os brasileiros, o medo também toma conta das mulheres. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em parceria com a empresa Question Pro mostrou que 73% das brasileiras têm medo de sofrer assédio no período de folia.

Além disso, o levantamento mostrou também que 50% já foi vítima de assédio sexual durante a festividade e que a maioria das vítimas é de mulheres negras (52%).

A pesquisa entrevistou 1.507 homens e mulheres com 18 anos de idade ou mais, entre 18 a 22 de janeiro deste ano. Outro dado que chama atenção é que 6 a cada 10 mulheres afirmaram que o carnaval atual é tão arriscado quanto o do passado em relação ao assédio sexual. Novamente, há diferença entre a porcentagem de mulheres brancas (55%) e mulheres negras (65%).

Os dados mostram a realidade do machismo no país, especialmente durante o Carnaval, onde os homens se sentem “mais livres” para assediar mulheres com a desculpa delas estarem bêbadas ou com roupas “provocativas”. Outro nicho da pesquisa mostrou que 19% dos brasileiros veem com naturalidade um homem “roubar” o beijo de uma mulher, principalmente se ela estiver nessas duas situações mencionadas.

“A pesquisa apresenta, de um lado, o medo das mulheres e a realidade de que o assédio já foi vivenciado por metade delas; de outro, o que é preocupante, que esse medo está justificado, pois elas lidam justamente com o fato de que milhares de brasileiros ainda cultivam a ideia de que a roupa e a bebida são sinal de consentimento para a abordagem sexual”, afirmou Fabíola Sucasas, coordenadora do Núcleo de Gênero do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em entrevista ao G1.

O levantamento também apurou que 97% dos entrevistados concordaram que as ações contra assédio no Carnaval são fundamentais e 86% acreditam que todos devem contribuir para coibir o assédio. Uma parcela de 7%, porém, discorda da afirmação, sendo que 5% discorda totalmente.

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