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E também a Andrade Gutierrez, a Mendes Júnior, a Engevix, a UTC e todas as grandes construtoras brasileiras. Moro orientou Dallagnol a fazer delação seletiva no caso Odebrecht (Foto: REUTERS/Mariana Bazo)E também a Andrade Gutierrez, a Mendes Júnior, a Engevix, a UTC e todas as grandes construtoras brasileiras. Moro orientou Dallagnol a fazer delação seletiva no caso Odebrecht (Foto: REUTERS/Mariana Bazo)

Os jornais que se associaram à guerra contra o Brasil, também conhecida como operação Lava Jato, acordaram aos prantos neste sábado. Globo, Estadão e Folha de São Paulo publicaram editoriais em protesto contra a decisão – corretíssima, diga-se de passagem – do ministro Dias Toffoli suspendendo as multas impostas à construtora Novonor (antiga Odebrecht) em seus acordos de leniência. Como as mensagens da operação Spoofing evidenciaram que as delações foram obtidas sob tortura, ferindo o princípio da voluntariedade, previsto na lei que rege as colaborações premiadas, as punições financeiras decorrentes de tais eventos não poderiam ser mantidas.

 

Entretanto, na medida em que a Lava Jato vai sendo enterrada, os protagonistas da finada operação, capitaneados pelo ex-deputado cassado Deltan Dallagnol, tentam atacar as instituições brasileiras com o bordão "Make Odebrecht Great Again", parafraseando o projeto MAGA (Make America Great Again) de Donald Trump, como se o governo e as instituições brasileiras estivessem empenhados no projeto de tornar a Odebrecht grande novamente.

Pois bem: se ainda não estão, deveriam estar. De tudo que Dallagnol já fez ou falou em toda a sua vida profissional, a única ideia aproveitável seria a de tornar não apenas a Odebrecht, mas todas as construtoras brasileiras, que foram destruídas pela Lava Jato, grandes novamente. Como demonstrei num artigo anterior, aqui neste mesmo Brasil 247,  a queda do desemprego no Brasil está diretamente ligada à queda do ex-juiz suspeito Sergio Moro e do lavajatismo no Brasil. Moro desempregou milhões de brasileiros ao quebrar todas as grandes construtoras e paralisar diversas obras públicas, com seu pretenso combate à corrupção, que derrubou uma presidente honestíssima, Dilma Rousseff, e alçou ao poder notórios corruptos e milicianos.

Agora, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na presidência, o desemprego recuou ao nível mais baixo desde 2014, não apenas porque o lavajatismo está sendo varrido para a lata de lixo da história, mas também porque grandes obras públicas estão sendo retomadas. Ontem mesmo, o presidente Lula anunciou ao lado do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, a construção do túnel entre Santos e Guarujá, uma obra aguardada há um século. Além disso, confirmou a liberação de R$ 1,3 bilhão do BNDES para a construção do trecho norte do Rodoanel.

É aí que se coloca a grande questão: quem irá construir ou executar tais obras? Empreiteiras alemãs, chinesas, estadunidenses? Não faz o menor sentido reabrir um novo ciclo de grandes investimentos em obras públicas, sem resgatar as construtoras brasileiras, como Odebrecht, Andrade Gutierrez, Engevix, Mendes Júnior e UTC, que já foram reconhecidas e premiadas em seus setores de atuação como as melhores do mundo.

Ah, mas e a corrupção? A corrupção não existia porque os engenheiros brasileiros, que fundaram e desenvolveram tais empresas, decidiram que deveriam ser corruptores. Ela existia porque o financiamento privado de campanhas eleitorais sequestrava a atividade política. Com o terremoto causado pela Lava Jato, esse modelo foi felizmente superado e substituído pelo financiamento público de campanhas. Pode-se questionar o tamanho dos fundos eleitorais e o custo das campanhas políticas, mas o novo modelo é infinitamente superior ao anterior. Nenhuma empreiteira precisa fazer negociatas debaixo da mesa para viabilizar seus projetos, que são úteis e necessários ao País.

Como as construtoras brasileiras foram sufocadas pela Lava Jato, o Brasil passou a viver um período de cambalachos e "me engana que eu gosto". Uma prova disso é a própria licitação do Rodoanel Norte de São Paulo, que foi vencida por um fundo financeiro sem nenhuma experiência em engenharia ou obras públicas. Este fundo de fachada está sendo contratado pelo governo paulista e subcontratará empresas de engenharia, que foram impedidas de participar de licitações, num modelo que, na prática, colocou um intermediário desnecessário no processo.

O Brasil vive agora um outro momento. Lula voltou à presidência e qualquer pessoa com o mínimo de discernimento constata que é melhor ser governado por ele do que pelos corruptos e milicianos alçados ao poder pela Lava Jato. O ex-procurador Dallagnol foi cassado. O ex-juiz suspeito suspeito Sergio Moro também está prestes a ser cassado por caixa dois e abuso de poder econômico – ou seja, por corrupção – em sua campanha ao Senado. As construtoras brasileiras, os engenheiros brasileiros, os técnicos brasileiros e os operários brasileiros também merecem uma segunda chance. Podem dizer sem medo da patrulha dos picaretas e dos lesa-pátria: Make Odebrecht Great Again.

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