Galeria de Fotos

Não perca!!

Nacional

Marcos Oliveira estuda e faz capacitação em tempo integral em Lauro de Freitas (Foto: Raphael Muller/Ag. A TARDE)Marcos Oliveira estuda e faz capacitação em tempo integral em Lauro de Freitas (Foto: Raphael Muller/Ag. A TARDE)

Órgãos públicos e OSCs buscam formas de combater o problema em toda a Bahia

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgou dados referentes às Pessoas com Deficiência (PCD) na Bahia. Pela primeira vez investigando o grupo, a pesquisa constatou que as maiores dificuldades estão relacionadas à escolaridade e à renda, com a taxa de analfabetismo em cerca de 29,4% da população, enquanto 67,6% do público PCD no estado com mais de 25 anos não completaram o Ensino Fundamental.

Os números da escolaridade continuam chamando a atenção quando apenas 24% do público têm o Ensino Básico obrigatório (Fundamental e Médio) completo, frente a 49,2% entre as pessoas sem deficiência. Para se ter uma ideia, as pessoas sem deficiência no estado possuem uma realidade melhor, com a taxa de analfabetismo em 8,2% e 39,3% delas com mais de 25 anos que não completaram o Ensino Fundamental.

A situação não se equipara quando chega na renda, que possui relação direta com os níveis de escolaridade. A proporção de pessoas com deficiência que trabalhavam (24,7%) é menos da metade da verificada entre as pessoas sem deficiência (52,9%) na Bahia. O rendimento do trabalho das pessoas com deficiência (R$ 1.306) está 25,6% menor do que o recebido pelas pessoas sem deficiência (R$ 1.756).

No Censo 2022, na Bahia, 1,524 milhão de pessoas de dois anos ou mais, ou seja, 10,4% da população desse grupo etário, tinham alguma deficiência. O número é o 3º maior contingente dentro da 5ª maior população no país. Diferentemente dessa realidade, está o estudante Marcos Oliveira, que estuda e faz capacitação em tempo integral em Lauro de Freitas, onde existem alguns dos projetos que visam combater este problema.

Ações

Marcos estuda no Ensino Fundamental do Colégio Municipal Gregório Pinto de Almeida, a partir do programa Escola para Jovens e Adultos (EJA), da prefeitura de Lauro de Freitas, e na capacitação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) há dois anos. “Eu gosto de tudo: matemática, português, ciências. Já aprendi muitas coisas que fazem diferença no meu dia a dia, como informática e sobre contas em geral. Para mim, isso é novo. Os professores nos ajudam a ler”, comenta.

A presidente da Associação do Movimento de Luta das Pessoas com Deficiência de Lauro de Freitas (MLPCDI), que tem parcerias com instituições para capacitação, Josenita Almeida, conhecida como Josy Luz, explica que fazem um trabalho de direcionamento do público PCD para frequentar as aulas e as capacitações, como no caso de Marcos.

Ela mostrou preocupação com o dado. “É realmente um dado muito grave. Nós temos feito a nossa parte com projetos de mais de 70 turmas em parceria com o Senai pela tarde, além das escolas públicas pela manhã. Nós conseguimos um transporte para facilitar a vida deles porque cada um tem sua dificuldade. Nossa preocupação é incluí-los no mercado de trabalho, mas também junto à inclusão à tecnologia”, aponta.

Com a maioria das famílias em vulnerabilidade social e sem ter recurso para realizar o acompanhamento, comemora a ação, que também oferta capacitações para todos os membros das famílias. No âmbito da Prefeitura de Lauro de Freitas, a diretora de Inclusão das Pessoas com Deficiência na Secretaria de Educação (Semed), Miliane Vieira, explica que para o problema da evasão escolar existe o programa “Busca Ativa” para todo o público fora da escola ter direito ao acesso e à permanência nela.

Porém, especialmente para o público PCD, foca nas ações de escola inclusiva. “Atualmente, temos cerca de 730 estudantes com deficiência matriculados juntos às outras crianças creche até o EJA, até o Ensino Fundamental, de forma que não se tornae uma sala ‘especial’, que volta à condição inadequada de outras épocas de segregação”, afirma.

Dessa forma, a Semed busca entender as necessidades de cada estudante PCD, que possui diferentes especificidades, para que ele tenha um ensino e um acompanhamento com conforto e mais próximo dos colegas com as mesmas oportunidades a partir de adaptações e de diferentes acessos. Além disso, são ofertadas salas multifuncionais com os professores especialistas nos turnos opostos aos das aulas regulares para que os estudantes desenvolvam habilidades.

Já na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), o psicopedagogo da instituição, Matheus Wisdom, conta que, para combater a evasão, realizam: seminários sobre o processo inclusivo para os gestores de escolas públicas e privadas; oficinas pedagógicas para escolas parceiras dos alunos conhecerem o trabalho da instituição e pensarem em estratégias; e workshops de práticas inclusivas.

Em relação aos alunos da instituição, eles possuem o atendimento educacional especializado para pessoas com deficiência intelectual e o Grupo de Atendimento Interdisciplinar e Social (GAIS), voltado para crianças com dificuldades e transtornos de aprendizagem. “O dado é muito preocupante”, afirma Matheus.

Clique aqui e siga-nos no Facebook

 

Camaçari Fatos e Fotos LTDA
Contato: (71) 3621-4310 | redacao@camacarifatosefotos.com.br, comercial@camacarifatosefotos.com.br
www.camacarifatosefotos.com.br